Com a chegada ao poder de
Lula da Silva e depois com a eleição de Dilma, o Brasil avançou no sentido de
se tornar uma potência global. A comunicação social vinha a fazer eco do grande
desenvolvimento económico que está a ter lugar no maior país de língua
portuguesa. Mas eis que…
É com enorme surpresa que
temos vindo a assistir desde há cerca de uma semana a manifestações em muitas
cidades brasileiras que trouxeram para a rua centenas de milhares de pessoas. A
faísca que fez despoletar a revolta social tem a ver com um aumento das tarifas
dos transportes mas, ninguém que esteja atento acredita que apenas uma situação
destas leve a tamanha contestação. É certo e sabido que questões muito mais
profundas estão na sua base.
São exactamente essas questões
que o prof. Boaventura Sousa Santos aflora no texto que hoje assina no Público.
Vale a pena lê-lo para ficarmos com uma ideia mais clara sobre o que se está a
passar.
Beneficiando de uma boa imagem pública
internacional granjeada pelo Presidente Lula e as suas políticas de inclusão
social, este Brasil desenvolvimentista impôs-se ao mundo como uma potência de
tipo novo, benévola e inclusiva. Não podia, pois, ser maior a surpresa
internacional perante as manifestações que na última semana levaram para a rua
centenas de milhares de pessoas nas principais cidades do país. Enquanto
perante as recentes manifestações na Turquia foi imediata a leitura sobre as
"duas Turquias", no caso do Brasil foi mais difícil reconhecer a
existência de "dois Brasis". Mas ela aí está aos olhos de todos. A
dificuldade em reconhecê-la reside na própria natureza do "outro
Brasil", um Brasil furtivo a análises simplistas. Esse Brasil é feito de
três narrativas e temporalidades.
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