sexta-feira, 14 de junho de 2013

PROTESTAR, PROTESTAR, PROTESTAR



A excelsa criatura que foi imposta aos portugueses como Ministro das Finanças, qual demónio castigador de todos os nossos supostos pecados consumistas, acabou por se transformar, por via das suas acções e palavras, num contribuinte líquido para o anedotário nacional. Uma das suas últimas tiradas que todos recordamos, teve a ver com a influência meteorológica no baixo investimento em Portugal, aliás, muito bem aproveitada por um deputado da oposição que chegou a arrancar uma sonora gargalhada ao próprio Ministro da Economia. Não havendo esperança, no curto prazo, de que alguém com poder remova o sujeito Gaspar, de um lugar tão decisivo para a vida de todos, resta-nos o protesto, por palavras e acções, na esperança de que alguma vez há-de ser… Nesta estratégia insere-se a transcrição do seguinte texto, parte de um artigo de opinião, O Victor está gaspado!, inserido no Diário de Coimbra do passado domingo.

 
Portugal está a transformar-se numa coisa qualquer em que já não se acredita. A abundância da asneira tornou o país irrespirável e já não se pode recorrer a ninguém. A derradeira esperança finou-se, está muda e queda, em Belém, assistindo a tudo com uma passividade enervante.

Os dois principais responsáveis por isto, Passos Coelho e Vitor Gaspar continuam a gozar de absoluta impunidade, dizendo tudo e o seu contrário, sem que alguém lhes peça contas. A votação do primeiro orçamento rectificativo de 2013 foi o mais recente exemplo da estultícia que governa o país.

O inefável Vitor Gaspar, porque alguém lho recomendou como coisa politicamente conveniente, proclamou que agora tinha chegado o momento do investimento. Como se o investimento aparecesse por decreto, ou mera vontade de um governo destituído. É evidente que isso não vai acontecer, por muitas razões. Destaco apenas duas: primeiro, não há capital disponível para a economia produtiva; segundo, nenhum investidor, no uso das suas melhores capacidades mentais, vai investir num país onde pontifica um governo que não merece confiança. E esta é a razão principal.

Como pode alguém aplicar dinheiro, numa economia desfeita, moribunda, em estado de coma? A quem vai vender os seus bens, ou serviços, num mercado sem poder aquisitivo? Que garantias tem um investidor, sobre a política fiscal? Que crença pode ter nas previsões macroeconómicas de um ministro que, em dois anos, não acertou uma?

Os indícios que todos os dias recolho levam-me a pensar que o ministro das Finanças não está bem, não está saudável. O mais visível desses sintomas é a obesidade que já vi noutros governantes e que, geralmente, é prenúncio de demissão. Acredito mesmo que Vitor Gaspar esteja a sofrer, invadido por uma carga de stress que já não consegue controlar. O fim chegou, mas ele e o Primeiro-Ministro pensam que ainda podem aguentar mais um ano. Nessa altura, levará um pontapé para cima, como quem diz, para Bruxelas, e será o futuro comissário português. Na sua delirante efabulação, Gaspar pensa que entrará na Comissão Europeia, como o rei da austeridade e que será apreciado por isso. Talvez estejam os dois enganados. A Europa também, não está bem e, provavelmente, daqui a um ano, não terá uma pasta com visibilidade para oferecer a Gaspar. E ele acha-se com pergaminhos suficientes para sobraçar um lugar de decisão política.
 

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