O actual Governo já deu provas mais que
suficientes de que se trata de um conjunto de pessoas destituídas de
escrúpulos, incompetentes, desconhecedoras do país onde vivem e que não olham a
meios para atingir fins. Como exemplos mais recentes da acção desta gente temos
todas as contradições – uma designação muito leve – que sintetizam a actuação
de Rui Machete, actual ministro dos Negócios Estrangeiros, e a aldrabice
forjada por Paulo Portas para esconder os novos cortes, desta vez nas pensões
de sobrevivência. Conscientes da maldade que tinham em mente, Passos e Portas
decidiram deixar passar as eleições para deitarem o fel ao grupo de portugueses
mais vulneráveis entre os mais vulneráveis.
Será que este Governo se acha inimputável
como se pergunta muito bem no editorial do Público
de hoje?
É muito importante que deixemos opiniões
de pessoas e publicações insuspeitas para não ficarem quaisquer dúvidas sobre a
calamidade para onde nos estão a empurrar. Aqui fica.
As desculpas de Paulo Portas
sobre as pensões de sobrevivência ultrapassam os limites do patético.
A credibilidade e a
transparência fazem parte das regras do bom governo. Sobretudo em tempos de
crise. Ora o lamentável espectáculo que o vice-primeiro-ministro, Paulo Portas,
e o ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Rui Machete, têm dado nos
últimos dias ultrapassou os limites do aceitável. E põe em causa a
credibilidade do Governo. Até porque a passividade com que o primeiro-ministro
assiste a este espectáculo é igualmente chocante. Afinal de contas, não se
trata de quaisquer ministros.
Comecemos por Paulo Portas. O
vice-primeiro-ministro escondeu dos portugueses que estava em preparação um
corte nas pensões de sobrevivência e afirmou mesmo que não haveria mais medidas
de austeridade. Não era verdade. E a forma como se justificou agora -
declarando que, no dia em que apresentou os resultados da avaliação da troika,
"o desenho da medida ainda não estava terminado" - vai para lá do
patético. Se a medida foi negociada com a troika, Portas não podia
deixar de a conhecer. Justificar-se com um eufemismo desta natureza - "o
desenho da medida" - e sugerir que não se trata efectivamente de um corte
é, no mínimo, uma falta de respeito para com os portugueses. E, sobretudo, com
as viúvas e viúvos visados pela medida.
Portas respondeu como se
tivesse o privilégio da inimputabilidade. Tal como Rui Machete, após ter
humilhado o país com as suas declarações sobre as investigações a responsáveis
angolanos pela justiça portuguesa. Os termos em que o Jornal de Angola
defendeu o ministro envergonham a diplomacia e a justiça portuguesa. Mas tudo
terá resultado apenas de uma "expressão infeliz". A qual, tal como as
justificações de Paulo Portas, traduz apenas uma coisa: que o Governo
ultrapassou os limites e acha que não pode ser responsabilizado, como se
estivesse acima dos mortais que governa. Mas não está.
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