quinta-feira, 10 de outubro de 2013

PS ALIA-SE À DIREITA EM PORTIMÃO



Nada que não fosse previsível: o PS/Porto prepara-se para dar a mão à candidatura vencedora das eleições autárquicasnaquela cidade. Ideologicamente não há candidaturas “independentes” e é isso que conta. No máximo podemos afirmar que há candidaturas fora dos partidos. Assim, no Porto ganhou Rui Moreira, uma personalidade, sem qualquer sombra de dúvida, de direita, que só não foi patrocinada pela direita partidária devido às tricas existentes no seu interior. De qualquer maneira, como se verificou na noite das eleições, o CDS não escondeu o seu regozijo com a vitória de Moreira.
Pois bem, encontramo-nos, mais uma vez, perante a tendência inata de o PS se juntar à direita. Estaremos, neste caso específico do Porto, perante um ensaio geral de uma futura aliança com o CDS nas próximas eleições legislativas, antecipadas ou não?
A pergunta tem toda a legitimidade, tendo em atenção todo o histórico do PS.
Em Portimão, como se sabe, o PS ganhou sem maioria absoluta pelo que tem de fazer uma opção muito clara entre esquerda e direita sendo que apenas lhe basta o apoio de um dos restantes quatro partidos com candidatos eleitos para se concretizar uma maioria. A cidade já tem conhecimento da existência de uma coligação PS/PSD o que não é nada de espantar no sentido de ser dada continuidade à desastrosa linha seguida pelo anterior executivo. Se a autarquia tivesse vindo de uma gestão PSD não estaria numa situação muito diferente da actual. Por mais acesa que seja a retórica, afinal de contas, PS e PSD são dois convertidos à doutrina neoliberal, com diferenças pouco significativas existentes apenas em questões de pormenor. O mesmo raciocínio é válido em relação ao CDS que em Portimão também espreita a oportunidade apesar de parecer estar a assobiar para o lado…
Quanto ao Bloco de Esquerda, é importante ter-se presente que todos os compromissos eleitorais continuam válidos e que o slogan da campanha Portimão precisa de mudar é mesmo para cumprir, como não poderia deixar de ser, porque as pessoas estão primeiro.

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