Como é do conhecimento em Portimão, o dr.
Pedro Nunes, Presidente do Centro Hospitalar do Algarve (CHA), acusou os
contestatários da sua política de serem os responsáveis indirectos pela trágica
morte de uma criança com apendicite, ocorrida há pouco tempo. Este facto motivou
uma posição de repúdio por parte do Executivo da Câmara Municipal de Portimão
(CMP).
No que diz respeito ao Bloco de Esquerda,
o vereador João Vasconcelos (JV) não deixou passar a situação em claro, tendo
apresentado na reunião do passado dia 12 do corrente mês uma declaração de voto
a repudiar as posições do Presidente do CHA. Também na mesma altura, foi
igualmente apresentada por JV uma outra declaração de voto a rejeitar a taxa
máxima de IMI a aplicar pela CMP em 2014, sabendo-se que imensas Câmaras
Municipais estão a fazer exactamente o contrário, tendo em atenção a situação de
aperto financeiro em que a maioria do povo português vive.
Eis o essencial das duas declarações de
voto:
Câmara
Municipal de Portimão – reunião de 12 de Novembro de 2013
Declaração de voto do Vereador João Vasconcelos, do
Bloco de Esquerda, a incluir no período antes da ordem do dia
Assunto: Veemente repúdio às posições manifestadas
pelo Conselho de Administração do Centro Hospitalar do Algarve
Srª
Presidente e Srs. Vereadores, quero deixar bem expresso nesta sessão que fiquei
profundamente chocado e indignado perante o teor do comunicado emitido a semana
passada pelo Conselho de Administração do Centro Hospitalar do Algarve, a
propósito da morte de uma criança por apendicite. Repudio veementemente
afirmações que atribuem culpas da morte da criança àqueles que têm contestado
as alterações verificadas no Hospital do Barlavento; e que quem tem contestado
essas alterações está a denegrir a imagem do hospital, a vilipendiar os
funcionários que aqui trabalham e a lançar o medo e o desespero nas pessoas. Os
elementos do Conselho de Administração do CHA e particularmente o seu
Presidente, Dr. Pedro Nunes, deviam ter vergonha e retratarem-se publicamente
perante a gravidade de tais afirmações, que são injuriosas e difamatórias para
quem se manifesta contra a destruição do Hospital do Barlavento.
Por
outro lado, é perfeitamente notório a degradação da qualidade dos serviços de
saúde no Hospital do Barlavento e a perda de valências e de serviços desta
unidade hospitalar, por culpa do governo e do Conselho de Administração do CHA.
Não deixa de ser estranho o que se passou com a criança que faleceu, assim como
outros casos que ultimamente passei a ter conhecimento.
Os
serviços degradam-se de dia para dia, outros serviços e valências vão para
Faro, os funcionários do Hospital vivem no terror psicológico perante a
iminência do desemprego, ou da deslocação para Faro, e os utentes de saúde do
Barlavento estão a ser muito prejudicados e estão muito descontentes. Este é o
triste legado deste Conselho de Administração. Assim sendo, o Conselho de
Administração do CHA, a começar pelo Dr. Pedro Nunes, além de se retratar
publicamente pelo conteúdo do comunicado emitido, devia pedir a demissão
imediatamente. Era um grande favor que fazia a Portimão, ao Algarve e ao país.
O Vereador do Bloco de Esquerda
João Vasconcelos
Câmara
Municipal de Portimão – reunião de 12 de Novembro de 2013
Proposta
de Deliberação nº 690/13
Assunto: Proposta de aplicação de impostos municipais
para o ano fiscal de 2014
Declaração de voto do Vereador João Vasconcelos, do
Bloco de Esquerda
Como
a própria proposta da Srª Presidente refere, “a situação económica e social no
país é de profunda e duradoura crise”, e no Algarve “esta situação é ainda mais
acentuada”. E o município de Portimão, infelizmente, não foge à regra – aliás,
Portimão é dos concelhos da região e até do país, onde o desemprego é mais
elevado, fruto, em grande parte, das políticas da troika e do governo PSD/CDS.
Mas a situação económica e social das famílias ainda se vai agravar mais em
2014 por força do brutal aumento da austeridade imposto por este governo – além
de desempregados, muitos ficam sem subsídio de desemprego, são cortados os
salários, pensões e outros subsídios, a mancha de pobreza alastra e, ainda por
cima, o governo retirou a cláusula de salvaguarda ao IMI.
Toda
esta situação vai fazer com que muita famílias e empresas no concelho de
Portimão não tenham condições para pagar o IMI à taxa máxima, agravando os
casos de endividamento e de falência de empresas.
A
grave situação de endividamento em que o município de Portimão se encontra
deve-se, principalmente, à gestão desastrosa dos executivos do Partido
Socialista. O PAEL e o Plano de reequilíbrio financeiro, tal como foram
negociados, representam um autêntico garrote sobre os portimonenses durante 20
anos, como seja, o pagamento de juros elevadíssimos e manter todos os impostos
municipais, incluindo o IMI, à taxa máxima, o que se torna incomportável e
ruinoso.
O que
se impõe é a redução da taxa máxima do IMI, aliviando um pouco o sofrimento e
os sacrifícios dos portimonenses, fazendo ver ao governo que esta norma do PAEL
não pode ser cumprida e que tem de ser revista. Cabe ao município de Portimão,
na defesa dos seus munícipes, contrariar e fazer pressão junto do governo para
que altere normas e leis injustas, evitando males maiores.
Pelas
razões acima expostas, o vereador do Bloco de Esquerda vota contra a proposta.
O vereador do Bloco de Esquerda
João Vasconcelos
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