A
política de privatizações cegas levada a cabo pela maioria de direita revela um
ódio visceral a tudo o que pode ter, ainda que remotamente, a ver com o 25 de Abril.
Essa vontade de alienar tudo o que seja público, leva a que, em muitos casos se
trate de vender empresas, algumas das quais monopólios naturais muito
rentáveis, a um outro Estado. Na realidade, a palavra “privatização” nem sequer
se coaduna com a acção levada a cabo. Foi o que se passou com a transferência
para o Estado chinês de várias empresas públicas, como muito bem sabemos.
Agora
está em causa a venda do Novo Banco em que dois dos três candidatos ainda na
liça são empresas chinesas. Pela lei das probabilidades talvez alguma delas vá
ficar com o banco verde.
O
texto seguinte é uma pequena reflexão de Nicolau Santos no Expresso Economia de
4/7 sobre as razões do interesse dos chineses na aquisição de bancos
portugueses.
Dos 17 candidatos à compra do
Novo Banco ficaram três: duas empresas chinesas, Anbang e Fosun e o fundo
americano Apollo. Pelo que se passou com as anteriores privatizações em que
houve concorrentes chineses, serão os filhos do Império do Meio que ficarão com
o banco verde. Se tal acontecer, passam a dominar o Novo Banco, o BESI e
veremos se o Banif não seguirá o mesmo destino. E a pergunta é: para que querem
os chineses bancos portugueses, que operam num mercado exíguo e estão com
problemas crescentes de crédito malparado? Será por causa de Angola? Será para
financiar novos investimentos chineses na economia portuguesa? Vamos ter de
esperar por isso e para saber quanto pagará o vencedor pelo Novo Banco. Tudo o
que seja abaixo de €4900 milhões ou é suportado pela banca ou pelos
contribuintes. E mesmo com a cenoura de um grande crédito fiscal e com a
garantia de que o Novo Banco não terá de pagar nada aos lesados do papel
comercial do BES, ninguém vai chegar àquele valor.
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