Com a autoridade e o conhecimento que lhe
são amplamente reconhecidos, o Prof. Boaventura Sousa Santos (BSS) é mais uma
personalidade de relevo que vem afirmar que, ao contrário do que actualmente se
pretende fazer crer, o maior problema da Europa é a Alemanha.
A História do século passado deve
fazer-nos reflectir sobre o imperialismo alemão que, em menos de 50 anos,
destruiu duas vezes a Europa, causando, só na Segunda Guerra Mundial 60 milhões
de mortos. Como muito bem afirma BSS, a actual situação que se vive na Europa com
a humilhação consentida, senão apoiada pela UE, sobre a Grécia, teve, pelo menos,
“o
trágico mérito de mostrar aos povos europeus que a Alemanha não é capaz de se
autoconter”.
O texto que o Director do Centro de Estudos
Sociais da Universidade de Coimbra assina no Público de hoje constitui uma
reflexão muito profunda sobre a actual tentativa de expansionismo germânico.
O
maior problema da Europa não é Grécia. É a Alemanha. Há pouco mais de dois anos
(5 de Maio de 2013) publiquei um texto neste jornal intitulado O Diktat Alemão no qual descrevia as
justificações dadas pela Alemanha no início da Primeira Guerra Mundial para as
atrocidades que cometeu contra um pequeno país, a Bélgica, que se recusara a
colaborar com os seus desígnios bélicos.
O
modo destemperadamente cruel como a Alemanha se está a vingar de um acto de
desobediência de um outro pequeno país, a Grécia, obriga-nos a rever a história
recente da Europa e, a partir dela, a pensar o nosso futuro comum. Não se trata
de ressuscitar fantasmas há muito enterrados e muito menos de supostos
sentimentos anti-germanistas que só poderiam accionar, por oposição,
sentimentos filogermanistas. Isso aconteceu há setenta anos e as discussões
havidas de pouco valeram aos povos europeus (e não europeus) massacrados por
uma guerra cruenta. Trata-se apenas de rever as soluções que foram dadas ao
problema alemão depois da Segunda Guerra Mundial, de analisar os seus limites e
imaginar outras possíveis soluções.
O
problema alemão sempre foi o de ser grande de mais para a Europa e pequeno de
mais para o mundo.
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