sexta-feira, 14 de maio de 2010

“Aumento de impostos vai contribuir para a estagnação”

chico_braga.jpgFrancisco Louçã considerou as novas medidas anunciadas de uma “injustiça profunda e uma perseguição ao trabalho” e acusa o PS de ter “mentido” na campanha eleitoral.

Para o dirigente do Bloco de Esquerda, o primeiro-ministro mentiu aos portugueses justamente no momento em que a sociedade mais clamava por transparência. Para além de lembrar o facto de Sócrates ter afirmado que não iria aumentar impostos, Louçã destacou ainda a injustiça do governo no que diz respeito à política fiscal e utilizou como exemplo os benefícios fiscais utilizados para “financiar colégios privados, medicina privada, e o offshore da madeira”, que teriam um resultado de cerca de 2 mil milhões de euros.

O plano de privatizações foi o outro alvo das críticas de Louçã: “Foi escondido aos portugueses um plano de privatizações, e é a segunda mentira, que faz o Estado perder benefícios de rendimentos na ordem dos 400 milhões de euros em empresas que dão lucro, aeroportos, correios, setor energético, que são recursos fundamentais que poderiam ser utilizados para que não sejam os portugueses a pagar impostos”.

Louçã cobrou ainda o plano de contenção de despesas com obras públicas afirmando que o governo vive uma “floresta de contradições, em que um ministro um dia de manhã diz uma coisa, à tarde diz outra, para ser contraditado por outro ministro no dia seguinte”. “Ninguém sabe o que o Governo pretende fazer com as obras públicas, a não ser um meio TGV dum projeto tornado incoerente, porque de Madrid desagua no Poceirão, uma vila de quatro mil habitantes”, completou.

Para Louçã o aumento do IVA em todos os escalões “agrava a desigualdade”: “O aumento sobre os medicamentos fundamentais, sobre bens de primeira necessidade, sobre a alimentação, este aumento dos impostos, conjugado com a redução dos salários, vai contribuir para estrangular a economia”.

“O resultado do aumento dos impostos e da redução dos salários é que em 2010 haverá uma confiscação de duas semanas de trabalho dos portugueses, que entregarão o resultado, o salário, o rendimento, o produto daquilo que fizeram nessas duas semanas”.

Louçã aproveitou ainda para relembrar as propostas já apresentadas pelo Bloco, como o imposto extraordinário para os bónus dos gestores, lembrando que “Nenhum cêntimo foi pago até hoje em impostos extraordinários para bónus”, e a taxa de IRC a 25 por cento para a banca. Por outro lado o Bloco defende um plano de reabilitação urbana.

Sem comentários:

Enviar um comentário