O governo espanhol vai rever todos os projectos de TGV, garantindo apenas a conclusão, no final deste ano, da ligação de Madrid a Valência que, dentro em breve, entra na fase de testes.
O anúncio foi feito no Parlamento, na quarta-feira, pelo ministro de Fomento, José Blanco, que apontou para um adiamento de entre um ano a ano e meio. A partir de agora, os técnicos analisarão o futuro dos diferentes projectos, à luz de uma severa política de austeridade com um corte de 3,2 mil milhões de euros este ano e uma redução idêntica em 2011.
“Há que rever a situação de todos os projectos e a programação dos investimentos previstos, embora as ligações ferroviárias continuem a ser uma prioridade”, disse hoje, ao PÚBLICO, um porta-voz do Ministério do Fomento. A mesma fonte assegurou que na revisão dos projectos serão considerados outros factores, como o impacto das ligações ferroviárias de alta velocidade no desenvolvimento económico das regiões, a singularidade ou a importancia de cada projecto. Nesta ponderação será também tida em conta a possibilidade de parcerias privadas que, neste momento, ainda não estão definidas. O Plano Extraordinário de Infraestruturas será financiado por capital privado mas ainda não foram definidas as obras afectadas.
“É cedo para concretizar os reajustamentos por projectos, mas a norma geral anunciada pelo ministro é a de que todas as actuações terão um atraso de entre um ano a ano e meio”, precisou o porta voz. Embora só dentro de semanas esteja terminado este processo de revisão, no Ministério de Fomento de Espanha reconhecem que o projecto de alta velocidade ferroviária se encontra em “stand by”. Alguns projectos poderão ser mesmo anulados. “Todas as obras, em todas as regiões, sofrerão atrasos de pelo memos um ano, todos os projectos serão reprogramados e alguns poderão ser anulados”, admitiu o titular de Fomento de Espanha perante os deputados. Por agora, está apenas confirmada a conclusão, no final do ano, da ligação da capital espanhola a València, que dentro em breve entrará em fase de testes. Do mesmo modo, já foi cancelada no final da semana passada, a escassas 24 horas do previsto, a cerimónia de colocação da primeira travessa na linha entre Madrid e Santander. Neste caso, é estudada a possibilidade de uma alteração do trajecto ou, mesmo, o seu adiamento.
São ainda desconhecidas as implicações da nova política de austeridade na ligação de alta velocidade entre a capital espanhola e Lisboa. Contudo, tudo indica que será abrangida pelo princípio genérico anunciado pelo ministro José Blanco de uma atraso entre 12 a 18 meses. Até porque, com os cortes orçamentais anunciados, diminui drasticamente a capacidade de licitação de obras.
Segundo o porta voz do Ministério do Fomento, o projecto encontra-se em várias fases. “Há um troço entre Cáceres e Badajoz que já foi adjudicado havendo algumas obras no terreno, há outros troços em fase de licitação e outros ainda só em projecto”, revelou. Pelo que é pouco provável que nenhum deles seja afectado pela malha da austeridade.
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