E pronto, lá fui eu passear-me pela Avenida, chamada de Liberdade, para lutar contra a injustiça social que se vive no país e pelo infame ataque aos mais fracos e desprotegidos que está a ser feito em nome da crise. Ingenuamente quis acreditar que hoje pudesse ser diferente, que fosse uma manifestação de todos contra estas políticas, e não mais um desfile da CGTP que acabou em lindos discursos arrematados pelo obrigatório Hino Nacional. Fui e não gostei porque se gritou mais CGTP, CGTP que palavras contra o governo. A palavra capitalismo parece que se tornou tabu, a participação dos não alinhados, dos que dizem coisas diferentes, como a palavra "capitalismo", são rodeados pelos "stuarts" da manifestação e forçados a desfilar no passeio. De Greve Geral não se falou e ficou em aberto a possibilidade de todas as formas de luta permitidas pela Constituição (como se na véspera da Manifestação já não o fossem). Não se sabe para quando, como se não fosse agora a hora de as fazer. Não se sabe quais, como se não fosse a hora de serem todas começando pela Greve Geral. Uma jornada que devia ter sido de luta e foi simplesmente mais uma de propaganda. Fui, porque todos nunca seremos demais para acabar com a injustiça e a miséria, voltarei a ir porque pouco é melhor que nada, mas acredito que é preciso fazer muito mais. Aliás, passeios destes já acontecem à muitos anos e os trabalhadores continuam a ver os seus direitos e poder de compra cada vez mais reduzidos.
domingo, 30 de maio de 2010
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