Parece que se adivinham alguns dos traços negros que irão marcar os próximos anos lectivos, a coberto da conjugação da crise económico-financeira com o défice orçamental e o alargamento da escolaridade para 12 anos.
Continuando sem se saber, ao certo, o que sairá exactamente da publicação do novo ECD há rumores que apontam, entre outras coisas interessantes, para as seguintes medidas:
- Incorporação na componente lectiva de algumas tarefas que estavam na componente lectiva, em troca do aumento da dita componente lectiva, esvaziando por completo quaisquer conquistas ou avanços nesta matéria.
- Inexistência de concurso para os quadros de escola/agrupamento até 2013 não por qualquer desejo de estabilidade pedagógica ou profissional, mas sim pela vontade de, com as aposentações em acelerado ritmo de cruzeiro, reduzir os custos salariais com os professores através do aumento do recurso a professores contratados. Isto permite baixar custos, reduzir o número de professores nos quadros e, em simultâneo, colocar a leccionar professores com maiores cargas lectivas e escasso ou nulo poder reivindicativo.
- Aumento do número médio de alunos por turma em especial no 3º ciclo e secundário para conseguir o alargamento da escolaridade sem equivalente aumento de recursos humanos.
- Alteração dos ratios de alunos por funcionário nas escolas e agrupamentos, eventualmente em colaboração com as autarquias, em virtude do aumento ndo número de alunos.
Estas alterações, parte delas ou mesmo outras, estarão para breve, sendo possível que o seu anúncio ou mera publicação dos diplomas aconteça ao finalizar do ano lectivo, quando a mobilização dos professores será praticamente impossível para além de uma altamente impopular greve aos exames e/ou avaliações.
Estamos a meio de Maio, com a generalidade dos docentes em elevado estado de desânimo e desgaste por um ano em que se acreditou que algo mudaria e não se esperava que fosse para pior.
O Verão adivinha-se como um período de combustão. Resta saber se será até ao apagamento ou au reacendimento.
by Paulo Guinote
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