Às
mãos do Governo e da troika, a austeridade é esse modo de organização económica
que gere o País numa lógica de vasos comunicantes, em que o que se suga ao
trabalho se acrescenta ao capital.
(…)
Tributar
devidamente quem tem sido poupado a esforços maiores, resgatar a centralidade
da contratação coletiva, impor uma política de crédito que dê suporte à
economia produtiva têm de ser as apostas estratégicas deste outro plano A.
O PM, em vez de
se comportar como um chefe de governo, parece um diretor de marketing
Joana Amaral Dias, CM (sem link)
Quando o valor do dinheiro se
sobrepõe a tudo, a inteligência de quem usa o poder está dispensada de
incorporar o que na inteligência humana é fundamental: ética, valores morais,
dimensões de dignidade.
(…)
Chegamos à atual situação de
enormes dificuldades porque alguns poucos tiveram a "arte" de se
apoderarem de muito que pertencia a todos.
(…)
Nas políticas "para sair
da crise", a receita é ainda a mesma: empobrecer e manietar o povo, para
reforçar a riqueza e o poder de alguns privilegiados.
(…)
No que diz respeito à relação
entre as políticas de austeridade, as reformas laborais e a desvalorização do
trabalho, as conclusões são de arrepiar: existe uma brutal transferência de
rendimentos do trabalho para os rendimentos do capital.
(…)
Para onde foi o dinheiro? Foi
para pagar os juros agiotas de uma dívida que não para de crescer, foi para
enriquecer em 11%, num ano, os 780 portugueses multimilionários que possuem
fortunas superiores a 25 milhões de euros cada um.
(…)
Em Portugal está-se a
destruir criminosamente empresas e os equilíbrios indispensáveis nas relações
de trabalho, debaixo dos medos e da solidão que o desemprego, a pobreza, a
ausência de perspetivas de vida geram nos trabalhadores
Na constância das políticas atuais é tão dramático continuar no
euro como sair do euro.
Deixar os ciganos permanecer num submundo, sem um esforço de
inclusão, é desistir do princípio de que as pessoas, todas as pessoas, têm
direito a uma vida justa e digna.
Em Portugal procuramos entendimentos com base em posições ideológicas
em lugar de procurá-los em torno de políticas concretas.
Pedro
Adão e Silva, Expresso (sem
link)
Demasiado habituados a maldizer tudo o que fizemos, deixámos que
um aventureiro curioso [Nuno Crato] destruísse em apenas dois anos e meio o que
demorou mais de uma década a consolidar.
Daniel Oliveira, Expresso (sem link)
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