Veio hoje a público que a maioria de
direita chumbou a proposta do PS no sentido de reduzir a taxa de IRC para 12,5%
para os primeiros 12500 euros de lucro. Toda a oposição votou favoravelmente
esta proposta “socialista”. Uma proposta sensata e justa que, no entanto, deixa
uma questão no ar. Será que o PS, uma vez no Governo tomaria tal decisão? O histórico
deste partido, no poder, indica que tal poderia não suceder e o comportamento
actual pode ter como única intenção granjear simpatias.
O que sucede com o PS a nível autárquico
é, em muitos casos, exemplo do que acabámos de afirmar. Duas situações recentes
podem ser apontadas como exemplificativas da contaminação neoliberal das
políticas locais onde o PS tem maioria (simples): Portimão e Coimbra.
Em Portimão a maioria PS/PSD (tão unidos
que eles estão!) impediu, em desfavor das populações, a baixa do brutal valor
do IMI que se está a pagar, agravando, ainda, algumas situações.
Em Coimbra, contrariando promessas de
baixa de impostos, feitas durante a campanha eleitoral, eis que, uma vez na presidência,
o “socialista” Manuel Machado pretende manter a taxa de IMI anteriormente
cobrada apesar de não ter maioria absoluta no executivo camarário. Neste caso,
o resultado foi uma grande derrota política do Presidente e do PS, com a reprovação
da proposta camarária.
Como muito bem afirma Catarina Martins, deputada municipal
eleita pelo Movimento Cidadãos por Coimbra,
no texto que assina hoje no Diário As beiras, o autocratismo, o autoritarismo e
a arrogância são incompatíveis com a democracia – uma lição que o PS já devia
ter aprendido há muito tempo.
A reprovação da
proposta
de IMI
apresentada pela Câmara
Municipal na reunião da Assembleia
Municipal de 21 de Novembro último representa, em primeiro
lugar, a primeira grande derrota
política de um Presidente
da Câmara, cujo partido não detém a maioria, nem na Câmara, nem
na Assembleia Municipal.
A despeito do
acordo alcançado com a CDU na distribuição de pelouros, tal posição minoritária
recomendaria uma atitude mais democrática, mais construtiva e mais aberta ao
diálogo parlamentar com as forças políticas com assento em ambos os órgãos.
Inversamente, a atitude de Manuel Machado continua a pautar-se pelo
autoritarismo, pela arrogância, e pelo desrespeito ético pela oposição e pelos
eleitores.
Esta atitude
tornou-se manifesta na primeira proposta de IMI, apresentada em reunião de
Câmara, a qual contradizia as promessas que tinham sido centrais na campanha de
Manuel Machado: a baixa de impostos. De facto, apesar de haver condições
objetivas para baixar o IMI, num quadro de avaliação de imóveis que tem feito e
continuará a fazer aumentar a receita proveniente deste imposto sobre o
património, Manuel Machado decidiu manter as taxas anteriormente cobradas,
quebrando os compromissos assumidos perante os eleitores e desdizendo tudo o
que o PS havia afirmado, no ano transacto, em sede de Assembleia Municipal,
sobre a necessidade e a possibilidade de baixar o IMI.
Tal como denunciou
oportunamente o vereador eleito pelo Movimento Cidadãos por Coimbra, o PS não
escapou à falta de ética democrática de alterar o discurso assim que assume o
poder.
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