O “histórico” ex-deputado “socialista”
Manuel Alegre (MA) assina hoje no Público um artigo de opinião de grandequalidade literária (como não podia deixar de ser), com uma prosa muito
transparente e de leitura muito fácil. Dá gosto lê-la mas não é neste ponto que
merece ser comentada. Qualquer pessoa de esquerda, a sério, subscreve
praticamente tudo o que lá está expresso, nas linhas e nas entrelinhas… O
problema é sempre o mesmo em relação a Alegre; escreve em abundância prosas
desta qualidade política – também – mas não tira consequências do que afirma.
Pior do que isso, está a caucionar, no partido a que pertence, políticas
inequivocamente de direita, ao mesmo tempo que faz parte, dentro do PS, de um
grupo claramente em extinção. É de esquerda mas milita num partido capturado
pela ideologia neoliberal. Não tenhamos qualquer dúvida de que o PS, uma vez no
poder não levaria a cabo políticas muito diferentes das que Passos e Portas
estão a concretizar, por maior que seja a retórica. As tomadas de posição de
MA, com um discurso, sem dúvida anti-sistema, para depois dar o seu apoio, pelo
menos implícito em momentos decisivos, a políticas de direita, acabam por
perder o sentido e por deixar aos portugueses uma mensagem falsa. Qual foi a
última vez que MA formulou uma crítica directa à linha política do seu partido?
Recorde-se que, por exemplo, Helena Roseta retirou consequências políticas das
suas tomadas de posição.
terça-feira, 3 de dezembro de 2013
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