Joseph E. Stiglitz, conhecido como um “perigoso
esquerdista” americano, Prémio Nobel da Economia e professor na Universidade da
Califórnia, assina este sábado um artigo no Expresso Economia, do qual extraímos
as seguintes ideias base:
Já se passaram três anos
desde a eclosão da crise do euro e só um otimista inveterado diria que
claramente o pior já passou.
(…)
Grande parte do projeto do
euro reflete as doutrinas económicas neoliberais que prevaleceram quando a
moeda única foi delineada.
(…)
A crise fez com que os
défices e a dívida aumentassem, e não o contrário, e as restrições orçamentais
que a Europa aprovou não facilitam a rápida recuperação da crise, nem impedem a
próxima.
(…)
A desvalorização interna – redução
dos salários e dos preços internos – não substitui a flexibilidade da taxa de
câmbio.
(…)
Se a desvalorização interna
fosse um bom substituto, o padrão-ouro não teria sido um problema durante a
Grande Depressão [anos 30].
(…)
Nunca nenhum país restituiu a
prosperidade através da austeridade.
(…)
Com um crescimento global sem
grande entusiasmo, as exportações não irão devolver a Europa e a América à prosperidade
nos próximos tempos.
(…)
O euro deveria trazer
crescimento, prosperidade e um sentido de união à Europa. Em vez disso, trouxe estagnação,
instabilidade e divisão.
(…)
Se a Alemanha e
outros não estiverem dispostos a fazer o que é preciso – se não houver
solidariedade suficiente para fazer a política funcionar – então o euro pode
ter de ser abandonado para salvar o projeto europeu.
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