A
austeridade de agora impõe austeridade depois, a humilhação colonial de agora
impõe mais humilhação colonial depois. E sempre.
(…)
O
Governo obriga o País a morrer à sede mobilizando-o para caminhar em direção
àquilo que sabe ser uma miragem mas que diz ser um oásis.
Na
sua diatribe, este Governo esconde que os argumentos usados pelo TC têm sido
princípios universais do direito, daqueles que separam a ordem da mera
arbitrariedade.
Para a ínfima minoria em nome
de quem a UE é governada - o um por cento que detém a mais grossa fatia da
riqueza e do rendimento - a crise está a ser uma oportunidade.
(…)
A austeridade em curso é todo
um programa, uma forma de economia política - a economia política da
consolidação do poder do capital financeiro.
(…)
Foi comprovado mais uma vez
que o Governo se comporta como um indivíduo que sistematicamente infringe a
lei. Deixá-lo continuar a agir livremente é perigoso.
O PS enfileirou no núcleo duro do discurso governamental, mais
sensível às empresas do que às pessoas, aceitando que, a haver abaixamento dos
impostos, ele deve começar pelas empresas e não pelos indivíduos e as famílias,
pelo IRC e não pelo IRS e pelo IVA.
(…)
Este tipo de acordo no IRC vai tornar mais difícil que haja uma
diminuição significativa do IRS ou do IVA, ou seja, quem vai pagar os
benefícios a algumas empresas são outras empresas mais em risco e as pessoas e
as famílias.
Entre 2007 e 2011, há um aumento de 4% de diferença salarial de
género. [ Em 2007, a diferença salarial entre mulheres e homens era de menos
8,5% passando para menos 12,5% em 2011]
(…)
A erosão salarial, provocada pela política de austeridade em
Portugal, passa pela maior perda de massa salarial pelas mulheres.
O bom aluno da troika já
chumbou nove vezes no Tribunal Constitucional, o que, no mínimo, deveria levar
à prescrição.
(…)
O que a decisão demonstra é
que o Tribunal Constitucional é um fator de moderação, logo de proteção face a
um Governo de revolucionários.
(…)
[O Governo] optou
sistematicamente por procurar na troika um aliado contra a Constituição e
contra a nossa soberania.
Pedro Adão e Silva, Expresso (sem
link)
Os tecnocratas de
instituições não eleitas estão convencidos de que o limite das suas opções está
numa máquina calculadora.
(…)
O tipo de receita exigida
pela troika, nunca experimentada em qualquer regime democrático, não é
aplicável a um Estado de Direito.
Daniel Oliveira, Expresso (sem
link)
Drama é, depois de mais uma
tentativa de governar à margem da lei, Cavaco manter este executivo em funções.
Joana Amaral Dias, CM (sem
link)
[Em 2053] o sistema
capitalista estará tão esquecido da história que se autocondenará a rapeti-la.
Clara Ferreira Alves
Revista Expresso (sem link)
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