quinta-feira, 25 de setembro de 2014

AFINAL…



Após um enorme alarido à volta do aumento de 20 euros do salário mínimo nacional (SMN) com a máquina de propaganda governamental a funcionar em pleno, assistiu-se hoje à assinatura formal do acordo. Depois de tudo espremido, o que ficou?
Afinal:
1. O aumento de 20 euros é ilíquido pelo que é um valor inferior a este que vai crescer no depauperado bolso dos trabalhadores.
2. Será o erário público a aguentar 15% dos aumentos dos encargos que as empresas irão suportar, o que significa, de facto, uma transferência avultada de verbas públicas para as empresas.
3. O acordo de Concertação Social que levou a este miserável aumento não contou com a assinatura da central sindical mais representativa dos trabalhadores portugueses, a CGTP.
4. O valor do SMN esteve congelado durante três anos o que significa que 505 euros não repõem, nem de perto nem de longe, o poder de compra perdido durante este tempo.
5. A decisão da aliança Governo/patronato/UGT só teve lugar dada a proximidade de eleições.
6. O acordo vai juntar stress à Segurança Social, beneficiando os empregadores.
7. Apesar de se tratar de uma subida para mais de 400 mil pessoas no sector privado – 20 euros ilíquidos mensais a mais para quem tem emprego – a posição relativa de Portugal nos SMN na Europa não se altera. Estamos e ficaremos em 11º lugar, atrás da Grécia e bem atrás da Irlanda (ver gráfico).

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