Após
um enorme alarido à volta do aumento de 20 euros do salário mínimo nacional
(SMN) com a máquina de propaganda governamental a funcionar em pleno,
assistiu-se hoje à assinatura formal do acordo. Depois de tudo espremido, o que
ficou?
Afinal:
1.
O aumento de 20 euros é ilíquido pelo que é um valor inferior a este que vai
crescer no depauperado bolso dos trabalhadores.
2.
Será o erário público a aguentar 15% dos aumentos dos encargos que as empresas irão
suportar, o que significa, de facto, uma transferência avultada de verbas
públicas para as empresas.
3.
O acordo de Concertação Social que levou a este miserável aumento não contou
com a assinatura da central sindical mais representativa dos trabalhadores
portugueses, a CGTP.
4.
O valor do SMN esteve congelado durante três anos o que significa que 505 euros
não repõem, nem de perto nem de longe, o poder de compra perdido durante este
tempo.
5.
A decisão da aliança Governo/patronato/UGT só teve lugar dada a proximidade de eleições.
6.
O acordo vai juntar stress à Segurança Social, beneficiando os empregadores.
7. Apesar de se tratar de uma subida para
mais de 400 mil pessoas no sector privado – 20 euros ilíquidos mensais a mais
para quem tem emprego – a posição relativa de Portugal nos SMN na Europa não se
altera. Estamos e ficaremos em 11º lugar, atrás da Grécia e bem atrás da Irlanda
(ver gráfico).
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