Os
mais bem informados entre nós começaram a desconfiar, desde o início, que as
notícias alarmistas sobre o vírus Ébola constituíam cenas de um ramake mal
amanhado do que já se passara em 2005 com a “pandemia eminente” da “gripe das
aves”. As inquietações então postas a circular, provavelmente com intenções malévolas
criaram o pânico nas populações ao ponto de obrigarem os governos a colossais
gastos em vacinas que, veio a verificar-se, serem desnecessárias. Grandes quantidades
delas acabaram por ser deitadas no lixo, passado que foi o seu período de
validade.
Do
pânico artificialmente criado, os únicos beneficiários foram alguns
laboratórios farmacêuticos…
Agora,
tal como aconteceu em 2005 com a gripe das aves, estão a surgir notícias de
casos perfeitamente isolados de suspeitas de contaminação com o vírus Ébola que
não podem ter outra intenção senão a de criar uma sensação de insegurança entre
as populações. Por isso, há que denunciar a tentativa de “reedição de um
negócio” da China à custa da “boa fé” e da “desinformação” do cidadão comum.
O
texto da autoria do médico Manuel Pinto Coelho, que transcrevemos do Público, é
uma excelente ajuda no sentido de desmontar a clamorosa mentira que se criou à
volta do vírus Ébola.
Tem
tanto de extraordinária como de caricata a histeria que vai por esse mundo por
causa da “catástrofe” provocada pelo vírus Ébola.
A
imprensa internacional fala de 1229 mortos entre Março e Agosto de 2014. Ora
bem, se consultarmos a página da OMS sobre este assunto, veremos que na
realidade foram 788 os casos de óbito formalmente identificados como causados
pelo vírus Ébola, um número bem inferior aos 1,2 milhões de mortes causadas
pela malária (paludismo). O número remanescente limitou-se a traduzir os casos
“suspeitos” ou “prováveis”.
As
imagens televisivas com que fomos recentemente presenteados, mostrando-nos
técnicos de saúde, quais marcianos envergando complexas máscaras junto de
doentes suspeitos, são totalmente insensatas e dignas de um mau filme de ficção
científica.
É
importante saber-se que o vírus Ébola não se transmite com facilidade. Para
haver transmissão do vírus, tal como acontece com o vírus da SIDA - o VIH - é
necessário um contacto direto com um líquido biológico do doente, como o
sangue, as fezes ou o vómito.
O
vírus Ébola é sobretudo perigoso quando mal acompanhado. Como os doentes
infetados morrem de desidratação ou de hemorragias, então o tratamento consiste
logicamente na hidratação e/ou transfusão sanguínea, e não na administração de
uma qualquer vacina ou hipotético medicamento.
Como
a solução contra a epidemia consiste essencialmente em respeitar medidas simples
usando o bom senso - higiene, boa nutrição, vitaminas C e D nas doses adequadas
-, a verdadeira prioridade nos países tocados pelo flagelo, deveria ser criar
infra-estruturas médicas de forma a fornecer aos doentes os cuidados médicos de
base.
Seria
bom que se soubesse que não há qualquer transmissão por via aérea, ou seja,
quando uma pessoa fala ou tosse, não vai espalhar o vírus pelo espaço aéreo
circundante.
Assim
sendo, ao contrário da ideia com que se fica pela leitura da imprensa, não
existe qualquer razão para recear que o vírus Ébola se possa transformar numa
pandemia à escala mundial.
Semear
o pânico pode ser um negócio muito lucrativo que importa desmontar. Veja-se o
que se passou ainda recentemente (2005) com a “pandemia eminente” da “gripe das
aves”. Através da sábia manipulação da opinião pública, a consequência foi uma
totalmente desnecessária vacinação em massa da população com o consequente
enriquecimento de alguma indústria farmacêutica por um lado, e esvaimento dos
cofres públicos em muitos milhares de euros em vacinas usadas e… não usadas,
por outro. O antiviral “milagre” Tamiflu limitou-se tão-só a reduzir a duração
dos sintomas em menos de um dia, sem conseguir limitar minimamente as
hospitalizações.
Os
títulos sensacionalistas martelados por alguma imprensa nas últimas semanas não
fazem qualquer sentido. Importa que não nos deixemos submergir pela informação
viciada e pela mentira. A reação totalmente excessiva face a este problema
corre o risco de provocar uma catástrofe humanitária de dimensões bem
superiores à provocada pelo próprio vírus Ébola. A medida tomada recentemente
pelo governo da Serra Leoa, que interditou o albergue e os cuidados dados a
estes doentes – única forma de os salvar -, mimoseando com a pena de dois anos
de prisão os seus infractores, bem como uma outra tomada pelo governo da
Libéria, ordenando aos soldados que atirassem a matar sobre as pessoas que
procurassem passar a fronteira como forma de impedir a propagação da epidemia,
é inacreditável. O mito dum passageiro africano infetado pela doença, no avião,
que poderia infetar o país europeu onde desembarcasse é da mesma forma
totalmente irrealista e traduz uma total ignorância sobre a realidade do vírus
Ébola. À semelhança do que se passou com a “gripe das aves” importa não enviar
camiões de vacinas ou medicamentos para África ou para onde quer que seja. Tal
servirá unicamente para enriquecer alguns laboratórios farmacêuticos.
A
psicose informativa vigente, reprimindo as populações e isolando dezenas de
milhares de infelizes criaturas, homens, mulheres e crianças, postos em
quarentena na Libéria com medo dum contágio que nunca acontecerá se não houver
contacto direto com os líquidos orgânicos do portador da doença, tem de ser
urgentemente desmontado e desmascarado.
Não podemos aceitar a
reedição dum negócio das arábias à custa da boa fé ingénua e da desinformação
do incauto cidadão.
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