A
existência de rankings das escolas onde se tem em conta quase exclusivamente
aprendizagem de conteúdos deve merecer a mais forte contestação pois não se
pode comparar aquilo que não é comparável. Há uma infinidade de factores
condicionantes que contribuem para uma distorção dos resultados que não são
tidos em conta para a seriação das escolas a nível nacional. Estamos perante
uma situação que deve ser amplamente denunciada para que possa ser alterada. No
limite, os rankings não têm razão de existir.
Aqui
ficam mais algumas ideias que contestam a própria existência de rankings de
escolas, retiradas ontem (06/02/2018) de
um artigo de opinião de David Rodrigues, Presidente da Pró-Inclusão e
Conselheiro Nacional de Educação.
A publicação anual do ranking das escolas acaba
por originar este debate, esta manifestação de argumentos, enfim, um bem que
vem por mal.
(…)
Para muitas escolas
seria um verdadeiro presente se a preocupação central, única ou até
predominante fosse “a aprendizagem dos conteúdos”.
(…)
Os resultados dos alunos
não são só fruto da intervenção da escola.
(…)
Os rankings enfermam de uma
dificuldade que há mais de 50 anos já foi encontrada nos testes psicológicos:
procuram através de uma amostra pequena, simples e estandardizada avaliar todo
um percurso longo, complexo e singular.
(…)
O exame nacional avalia
unicamente — e com elevados riscos — os conhecimentos situados e específicos de
um determinado conteúdo.
(…)
Como poderemos querer
que os estudantes se interessem pela vida na escola se só valorizamos os
exames?
(…)
Ter critério quer dizer
que não pode haver boa avaliação sem levar em conta o processo e os meios que
se colocaram para o objetivo.
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