segunda-feira, 26 de fevereiro de 2018

STIGLITZ FORTEMENTE CRÍTICO DA ACÇÃO DO NEOLIBERALISMO E DO CAPITAL FINANCEIRO



Mais uma vez recorremos ao pensamento de um economista de renome mundial, não conotado com qualquer corrente de “esquerda radical” para realçarmos que têm toda a razão de ser as criticas razoáveis que actualmente impendem sobre a acção do neoliberalismo e do capital financeiro à escala global. Referimo-nos ao Prémio Nobel da Economia e professor na Universidade de Columbia (EUA), Joseph E. Stiglitz.
Tendo como pano de fundo a recente conferência anual do Fórum Económico Mundial em Davos, na Suíça,  Stiglitz tece fortes críticas aos resultados da doutrina neoliberal no artigo de opinião que assina no suplemento de Economia do Expresso deste sábado. Daqui retiramos as citações que apresentamos a seguir.
- A desigualdade está em ascensão, especialmente nas economias avançadas.
- As mudanças climáticas representam uma ameaça existencial para a economia global como a conhecemos.
- Quando os discursos terminaram este ano despedaçou-se qualquer ilusão que restasse sobre os valores que motivam os CEO de Davos.
- Nos EUA a esperança de vida desceu pelo segundo ano consecutivo.
- Nem um dos CEO dos EUA cujos discursos ouvi (ou ouvi falar)) mencionou o fanatismo, a misoginia ou o racismo do Presidente dos EUA, Donald Trump, que estava presente no evento. Nem um deles mencionou o fluxo imparável de declarações ignorantes, mentiras deslavadas e ações impetuosas que erodiram a posição do Presidente dos EUA – e portanto, dos EUA – no Mundo.
- Não, os CEO em Davos lamberam os beiços face à legislação fiscal recentemente aprovada por Trump e pelos republicanos no Congresso, e que entregará centenas de milhares de milhões de dólares às grandes empresas e às pessoas abastadas que as detêm e gerem – pessoas como o próprio Trump.
- Mesmo no seu mundo tacanho materialista, onde o crescimento importa mais que tudo o resto, a legislação fiscal de Trump não deveria ser celebrada.
- A administração Trump está claramente disposta a ignorar o facto óbvio de que, no século XXI, o êxito na verdade exige mais investimento na educação.
- E os bons corações dos CEO são aparentemente tudo o que é necessário para assegurar que o ambiente fica protegido, mesmo sem regulamentação relevante.
- E uma das principais razões pela qual o nosso ambiente se encontra num estado tão precário é que as empresas, por si só, não cumpriram as suas responsabilidades sociais. Sem regulamentação eficaz e sem um preço real a pagar pela poluição, não existem quaisquer motivos para acreditar que se portarão de forma diferente do que já fizeram.

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