sábado, 26 de maio de 2018

“AS ESCOLHAS DO PS”


A propósito do 22º Congresso do PS que esta sexta-feira teve início na Batalha, deixamos aqui a transcrição de uma pequena crónica assinada por Joana Mortágua no CM de ontem, com o título acima.
No Congresso que hoje [sexta-feira] arranca na Batalha paira uma pergunta que consome a família política do PS: porque razão vieram por aí abaixo quase todos os partidos que se reclamavam da social-democracia?
As tentativas mais persistentes de resposta têm sido protagonizadas por Augusto Santos Silva e Pedro Nuno Santos, ambos em torno do balanço da adesão ao programa europeu de privatizações, da retirada de direitos aos trabalhadores e dos cortes orçamentais.
Para o primeiro, a saída liberal, reduzida a Emmanuel Macron, continua a ser a salvação. Para o segundo, a experiência da geringonça salvou o PS do fatal destino.
Essas duas opiniões são expressão do debate mais profundo sobre as escolhas do PS, um debate que ultrapassa as fronteiras de um dia de discussão. Resta saber se o Congresso tem a capacidade de inaugurar esse debate estratégico ou se fica para memória futura por aqueles que querem piscar o olho a Rui Rio.
A avaliar pela moção estratégica de António Costa, o desfecho do 22º Congresso do PS não traz o renascimento da social-democracia. Sem outro horizonte do que a gestão da alternância, a discussão sobra a política de alianças fica definitivamente subordinada ao centrão que sempre ali morou.

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