A
propósito do 22º Congresso do PS que esta sexta-feira teve início na Batalha, deixamos
aqui a transcrição de uma pequena crónica assinada por Joana Mortágua no CM de
ontem, com o título acima.
No
Congresso que hoje [sexta-feira] arranca na Batalha paira uma pergunta que
consome a família política do PS: porque razão vieram por aí abaixo quase todos
os partidos que se reclamavam da social-democracia?
As
tentativas mais persistentes de resposta têm sido protagonizadas por Augusto Santos
Silva e Pedro Nuno Santos, ambos em torno do balanço da adesão ao programa
europeu de privatizações, da retirada de direitos aos trabalhadores e dos
cortes orçamentais.
Para
o primeiro, a saída liberal, reduzida a Emmanuel Macron, continua a ser a salvação.
Para o segundo, a experiência da geringonça salvou o PS do fatal destino.
Essas
duas opiniões são expressão do debate mais profundo sobre as escolhas do PS, um
debate que ultrapassa as fronteiras de um dia de discussão. Resta saber se o
Congresso tem a capacidade de inaugurar esse debate estratégico ou se fica para
memória futura por aqueles que querem piscar o olho a Rui Rio.
A avaliar pela moção estratégica de António
Costa, o desfecho do 22º Congresso do PS não traz o renascimento da
social-democracia. Sem outro horizonte do que a gestão da alternância, a
discussão sobra a política de alianças fica definitivamente subordinada ao
centrão que sempre ali morou.
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