De
uma entrevista a Mariana Mortágua publicada na edição do “Expresso” deste
sábado retirámos as seguintes afirmações da deputada do Bloco de Esquerda, por
as considerarmos mais significativas.
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Este ano houve alguma falta de empenho do Governo para que as negociações [do
OE] pudessem acontecer de forma antecipada.
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É óbvio que a negociação em cima do Orçamento tem menos capacidade para reflexão
e troca de posições.
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O governo tem falado em várias línguas em diferentes momentos. O que não impede
importantes avanços como a descida do IVA do gás e da electricidade.
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Não desistiremos da proposta que apresentamos [sobre rendas de energia] e que o
Governo, à última hora chumbou.
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Os orçamentos analisam-se no seu conjunto e devemos evitar colocar todo o peso
numa medida.
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É possível um novo aumento de pensões em Janeiro, com um mínimo de dez euros.
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Os professores têm direito a que estes anos sejam contados.
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As declarações do ministro [da Educação] não foram um bom ponto de partida nem
um bom marco nestas negociações [com os sindicatos]
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A avaliação do OE faz-se pelo acordo e pelo conjunto dos progressos que tem.
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Muitas propostas [do BE] não foram bem sucedidas porque o PS não quis ir mais
longe. Isso dia mais sobre o PS do que outra coisa.
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Houve avanços no fim dos cortes [na função pública], no descongelamento das
carreiras.
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Quando fizemos o acordo na Câmara de Lisboa, ficou assente a necessidade de
haver um apoio aos passes sociais e à mobilidade na área metropolitana.
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[Este acordo] é óbvio que deve abranger todo o país.
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Defendemos um reforço do investimento público. E há duas preocupações
essenciais: transportes e saúde.
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Despeja-se um jarro de verbas [no sistema de Saúde] e elas vão todas para o
privado.
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É preciso muito mais dinheiro para a Saúde!
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É preciso uma nova lei de bases [da Saúde] que proteja o SNS da predação
privada.
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O Governo começou mal, ao apontar um grupo de trabalho para encontrar uma
alternativa e para evitar debater esta lei [de bases da Saúde proposta por João
Semedo e António Arnaut].
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Não há nada na lei de bases [da Saúde]
que ponha em causa as contas públicas.
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Neste momento, o ministro [das Finanças] tem na sua cabeça mais preocupações com
a sua carreira internacional do que, propriamente, com o OE em Portugal.
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Centeno é uma força de bloqueio a mais avanços dentro do Governo.
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A centralização no ministro das Finanças acaba por prejudicar e servir de
bloqueio a uma série de investimentos que são muito necessários ao país.
- Portugal não tem nada que ir além
daquilo que Bruxelas acha necessário apenas para ficar bem na fotografia e o
ministro melhorar a reputação para a sua carreira internacional.
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É um facto que, no último ano, o Governo preferiu agir de forma a criar algum
choque com os seus parceiros.
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Há uma postura um pouco mais arrogante [do Governo] há alguns meses.
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O Bloco conseguiu mostrar nesta legislatura que estava disponível para
encontrar soluções à esquerda, para negociar, preparar medidas e assumir
responsabilidades.
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O programa político é sempre mais importante do que qualquer lugar e qualquer
geometria variável.
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Nos temos certezas sobre o nosso programa e sobre o que queremos para o país.
- As maiorias absolutas no passado, do
PS e do PSD, não nos trouxeram grandes legados.
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