A Mesa Nacional do Bloco de Esquerda reuniu este sábado, com as presidenciais e o OE'2010 no centro da agenda política.
Em conferência de imprensa, Francisco Louçã confirmou o apoio do Bloco à vontade manifestada por Manuel Alegre para ser candidato a Belém daqui a um ano. "O Bloco regista a afirmação da disponibilidade da candidatura presidencial de Manuel Alegre e, tratando-se de uma candidatura supra-partidária, a eleição presidencial convoca uma exigência de responsabilidade totalmente distinta daquela que é o debate sobre a governação do país".
Louçã defendeu que "uma campanha presidencial é a disputa de um cargo uninominal, de uma pessoa que represente o país no momento das suas maiores dificuldades, da maior fractura social, da maior desigualdade e da maior injustiça, e que traga um projecto mobilizador de esperança e de convergência".
"Creio que é aí que ele faz a diferença e essa é a razão pela qual o BE o apoia", acrescentou o coordenador bloquista, alegando que "na contraposição à hipótese de Cavaco Silva suceder a Cavaco Silva, a necessidade de um grande debate público profundo sobre a mobilização da sociedade portuguesa no combate à injustiça coloca Manuel Alegre num plano supra-partidário que não é apropriável por nenhuma força política partidária e que contribui para uma mobilização de uma responsabilidade democrática, de uma democracia responsável".
As negociações do Governo com os partidos da direita para a aprovação do OE'2010 foi outro dos temas tratados na reunião da direcção do Bloco. "Um bom Orçamento de Estado é o que começa por responder ao desemprego, à dificuldade da vida do trabalhador mais pobre. Mas ao recusar alargar o subsídio de desemprego, aplicar o imposto sobre as mais-valias bolsistas, José Sócrates demonstrou que quer um Orçamento para deixar tudo na mesma", disse Louçã.
"As verbas que sobraram do ano passado para combater o desemprego seriam suficientes para alargar o acesso ao subsídio das 300 mil pessoas que não o recebem", salientou o dirigente do Bloco, referindo-se aos 320 milhões que o governo disponibilizou nesse âmbito e que não foram aproveitadas.
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