"Após uma contracção de 2,8% em 2009, o emprego deverá contrair 1,3% em 2010, seguindo-se um crescimento de 0,4% em 2011", pode ler-se no Boletim Económico de Inverno do Banco de Portugal, hoje divulgado.
No capítulo reservado ao Emprego, o relatório divulgado esta terça-feira pela instituição liderada por Vítor Constâncio, explica que "a evolução projectada aponta para que no período recessivo 2007-2011 ocorra uma destruição de emprego em termos líquidos muito superior à registada nos dois episódios recessivos anteriores".
Na análise prospectiva para este e o próximo ano, o Banco de Portugal sublinha que, "no que diz respeito à oferta de trabalho, depois de uma diminuição da taxa de participação verificada em 2009 e projectada para 2010, perspectiva-se alguma reversão em 2011".
Segundo a análise do Banco de Portugal, as fragilidades estruturais da economia portuguesa durante a última década observam-se no crescimento limitado da produtividade total dos factores, para o qual contribuíram o baixo nível de qualificação da população activa. Por outro lado, o aumento do desemprego estrutural provocou uma diminuição da contribuição do factor trabalho no crescimento económico.
No entanto, o baixo contributo do trabalho para o crescimento deverá continuar num contexto de “fraco dinamismo da procura e de baixa mobilidade no mercado de trabalho”, também impulsionada pelo “baixo nível de capital humano”, explica o banco central.
O Banco de Portugal antecipa também, no Boletim Económico de Inverno, um crescimento do PIB nacional de 0,7% em 2010, uma revisão em alta face à projecção anterior de uma contracção de 0,6%.
A nova projecção do Banco de Portugal é suportada pela expectativa de um aumento da produtividade em 2010 e de uma recuperação de consumo privado e das exportações e é bem mais optimista do que a da Comissão Europeia, pois Bruxelas espera que a economia portuguesa cresça apenas 0,3% em 2010.
Quanto ao crescimento do PIB em 2009, o Banco de Portugal mantém a previsão de uma recessão de 2,7%.
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