Começaram esta terça-feira as negociações no Ministério do Trabalho, previstas na lei, devido à intenção manifestada pela Estoril-Sol de despedir colectivamente 113 trabalhadores, aos quais se juntam mais 17 despedimentos individuais. A empresa alega uma quebra de receitas de 30,5 milhões de euros que é contestada pelos trabalhadores.
"É mentira", afirma Clemente Alves. "Houve de facto uma quebra de 9,7% das receitas em relação a 2008, o que dá cerca de 18,5 milhões. Onde a empresa vai então buscar esse número? É que acrescenta a quebra de receitas do casino da Póvoa do Varzim. Acontece que essa é outra empresa, a Varzim-Sol SA". Ora os despedimentos são só na Estoril-Sol.
O também dirigente do Sindicato da Hotelaria e Turismo afirma que o mais importante é recordar que, apesar da quebra, a Estoril-Sol deu um lucro em 2009 que os trabalhadores avaliam em dez milhões de euros.
O que está por trás do despedimento colectivo, denuncia o comunicado dos delegados sindicais, membros da Subcomissão de Trabalhadores e a CUT-Comissão Unitária de Trabalhadores, é "um processo de pressão para tentar obter vantagens junto do poder político numa pretendida revisão das condições do contrato de exploração da zona de jogos".
O certo é que, denuncia Clemente Alves, sempre com o mesmo argumento de "salvar a empresa", a Estoril-Sol já destruiu 681 postos de trabalho, para além dos 130 que agora quer ainda eliminar.
Trabalhadores que são necessários ao funcionamento do casino do Estoril, garante o sindicalista, que acusa a administração da empresa de aproveitar a crise para despedir trabalhadores com direitos para mais tarde os substituir por trabalhadores precarizados, sem direitos, com salários mais baixos e praticamente escravizados.
O Sindicato da Hotelaria e Turismo avançou com uma providência cautelar junto do Tribunal do Trabalho requerendo que seja judicialmente impedida a concretização do despedimento; no comunicado, os dirigentes sindicais e da CT afirmam estar empenhados "na mobilização de todos os trabalhadores da empresa para que participem em acções de luta internas (greves) e externas visando chamar a atenção dos accionistas da empresa para os efeitos ruinosos da gestão desenvolvida por esta equipa de administradores."
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