quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Suécia: 3500 contra fecho da Saab pela GM




Alguns milhares de pessoas manifestaram-se hoje na Suécia para impedir que a General Motors prossiga com o plano de insolvência da marca Saab. Em causa estão os postos de trabalho de 3400 pessoas.

"Pelo menos 3.500 pessoas, entre empregados da Saab, anónimos e vizinhos dos funcionários da empresa sueca", disse o delegado sindical da Saab na União dos sindicatos IF Metall.

Os manifestantes gritaram "Saab Saab! Salvem a Saab!" durante meia hora de protesto realizado fora da complexo industrial e da sede da Saab, na cidade sueca de Trollhaettan.

Segundo a agência de notícias sueca TT, citada pela Lusa, outros manifestantes empunhavam cartazes onde se lia "Sr. Obama - Quer salvar a Saab?" e "GM - Um grande Erro!".

A GM, detentora da Saab, anunciou a 18 de Dezembro que iria pôr a marca à venda por um “preço apetecível”, tendo surgido diversas ofertas de aquisição que acabaram por não ser aceites, o que levou a que a marca sueca entrasse num processo que a levará à falência.

A Saab foi colocada, na passada sexta-feira, em liquidação judiciária. O principal sindicato da indústria do país considerou a decisão «irresponsável» e acusa a GM de «dar mais um passo para o desmantelamento da Saab».

Em comunicado, um membro do sindicato IF Metall afirmou que esta decisão é «irresponsável», sendo que, desta forma, a «GM está a dar assim mais um passo para o desmantelamento da Saab».

«É incompreensível e irresponsável fazer isto sem analisar ofertas sérias que existem verdadeiramente para a Saab», afirmou Stefan Lofven, numa referência a algumas ofertas que existem para a compra do construtor sueco.

A integração da Saab no grupo norte-americano General Motors fracassou, uma vez que o gigante norte-americano GM atravessou grandes dificuldades com a crise internacional, tendo mesmo sido apoiado pelo governo dos Estados Unidos, com ajudas financeiras contra a crise que abalou fortemente o sector automóvel neste país e também em todo o mundo.

O fecho da Saab, uma das marcas suecas mais conhecidas, será uma catástrofe social na sua terra de origem, Trollhattan – uma pequena cidade no sudoeste da Suécia – mas afectará o sector automóvel do país.

A Saab tem 3400 empregados, mas deverão ser suprimidos entre 5000 a 10.000 empregos suplementares (indirectos), ao nível das empresas subcontratadas, e as dificuldades dos fornecedores vão afectar a Volvo, advertiu o sindicato IF Mettal.

O Governo sueco chegou a encarar um empréstimo de urgência do Estado, embora na condição de se encontrar um comprador, tendo a Saab pedido 400 milhões de euros ao Banco Europeu de Investimento (BEI), com garantia dada por Estocolmo.

A marca produzia cerca de cem mil carros anualmente, tendo este ano as suas vendas caído 65 %.

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