Podemos estar à beira da hora da verdade para a esquerda europeia, se entendermos a designação como aquela esquerda que não se verga aos ditames neoliberais embora não deixe de estar atenta ao que se passa à sua volta. As próximas eleições na Grécia vão ser a prova do que esta esquerda verdadeiramente pretende. A vacilação em relação ao apoio incondicional à coligação Syrisa, numa altura em que esta força partidária é alvo dos maiores ataques e calúnias constitui um voto a favor da direita e das políticas que nos conduziram à situação atual.
Chegou o momento de cerrar fileiras perante a possibilidade de políticas realmente alternativas serem implementadas num país europeu fustigado, mais que qualquer outro, pelas fracassadas experiências do capitalismo radical.
Cada verdadeiro crítico do sistema que nos tem (des)governado deve utilizar todos os pretextos para promover o esclarecimento junto dos seus concidadãos de que a campanha orquestrada contra o Syrisa apenas se preocupa com a defesa do capital financeiro, deitando às malvas os interesses das pessoas enquanto seres humanos.
Precisamos ter em atenção o que hoje se pode ler no jornal italiano “La Republica” segundo o qual, "em vez de tratar as autoridades gregas como párias e os seus eleitores como leprosos, os dirigentes europeus, a começar pelos alemães, faziam melhor em escutá-los. À força de dar primazia às exigências da economia sobre a democracia, minam os alicerces da União Europeia".
Por aquilo que todos os dias vemos ouvimos e lemos, fica-se com a ideia de que a vontade dos cidadãos livremente expressa não tem qualquer valor perante as posições de força dos “mercados” a que tudo e todos se devem submeter. A democracia não é certamente isto ou então estaremos perante uma rábula de democracia.
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