A propósito das cenas de contestação popular ocorridas na sequência de uma deslocação do ministro da Economia à Beira Interior, conseguimos, numa paciente pesquisa pela imprensa da região (online), saber mais alguns pormenores desta visita ocorrida na última sexta-feira (29 de Junho).
Acontece que, nesse mesmo dia, Álvaro Santos Pereira (ASP) promoveu na Covilhã um pequeno-almoço com empresários da região com o intuito de os auscultar. Pelo que relatamos a seguir, os resultados não foram famosos…
A decepção ficou patente nas declarações que fez à Lusa Luís Veiga, porta-voz do movimento Empresários pela Subsistência da Beira Interior, segundo as quais, analisado o encontro “verificou-se que não há estratégia nenhuma para o interior”. Apesar das dificuldades relatadas, os empresários lamentaram "não ouvir uma palavra de compreensão do ministro da Economia, antes pelo contrário, sentiram que [o governante] está num mundo completamente diferente e provavelmente noutro continente".
Luís Veiga é peremptório nas declarações contundentes que faz: "Para nós é altura de dizer basta e exigir a demissão do ministro, não podemos ir para outro nível de exigência após aquele pequeno-almoço surrealista de um diálogo de surdos entre 50 empresários e o governante".
A visita de ASP "não trouxe nada de novo, independentemente da necessidade que atribui às reformas em curso", apesar de "ter sido explicado que as empresas estão no limite e que chegaram a um ponto de não retorno em termos da operação no interior do país".
Ou seja, "não se vislumbra outro caminho que não seja o encerramento de mais empresas e a desertificação humana e, perante isso, ele não tem resposta", deduziu o porta-voz dos empresários.
Conclui-se, mais uma vez, que o ministro da economia é um peso morto que se encontra no Governo, não agradando a empresários nem a trabalhadores.
A notícia que aqui relatámos foi pouco divulgada, mas constitui mais um exemplo da extrema incompetência de ASP, denunciada com contundência, desta vez, até pelos, ideologicamente, mais próximos do Executivo. Justifica-se, por isso, a reacção ainda assim pouco violenta por parte dos trabalhadores que o interpelaram.
Sem comentários:
Enviar um comentário