Esta encenação levada a
cabo pelo Presidente da República e que ficou conhecida pelo “compromisso de
salvação nacional” pode ter sido criada para patrocinar um branqueamento da
desastrosa acção governativa, como se nada tivesse acontecido nos últimos dois
anos. Com a declaração que ontem fez ao país, Cavaco Silva deixou a ideia de
que foi contraditório em relação às premissas que havia enunciado para atrair o
PS para uma armadilha política de que acabou por não sair completamente incólume.
Muitos comentários têm
sido feitos desde ontem, alguns deles pouco esclarecedores da realidade e, por
isso achámos interessante deixar aqui a opinião avalisada do Prof. Boaventura
Sousa Santos, director do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra,
que recolhemos na imprensa de hoje:
A
primeira decisão do Presidente da República era já desastrosa e esta suposta
emenda é ainda mais. Um PR pode alterar uma decisão, mas não pode alterar as
premissas sob a pena de estar a ser irracional. As premissas da decisão eram
que este Governo e a sua remodelação eram inaceitáveis e tanto assim é que
propunha eleições para 2014. O PR deu uma cambalhota e caiu e os portugueses é
que vão pagar a factura.
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