O excelente texto que Vítor
Malheiros assina hoje no Público é composto apenas por perguntas sobre o número
de circo que os portugueses têm vindo a assistir há mais de uma semana, com os
mais conhecidos protagonistas do momento…
Sendo certo que já se prevê qual será o final do espectáculo,
com artistas destes, há sempre a possibilidade de um número extra ou de um
improviso.
Entretanto apreciemos
algumas das mais significativas perguntas colocadas por Malheiros:
Que sentido tem dar a pasta das
Finanças à adjunta de Vítor Gaspar, para prosseguir as suas políticas, depois
de este ter admitido por escrito e em público o fracasso dessas mesmas
políticas?
(…)
Paulo Portas percebe que perdeu
toda a credibilidade política no seio do seu partido, do Governo e do país ou
pensa que gastou apenas mais uma vida? O CDS percebe que perdeu uma fatia
considerável da sua credibilidade política ou pensa que, desde que continue no
Governo, está tudo bem?
(…)
Passos Coelho pensa que ganhou
por ter obrigado o seu rival a ficar dentro da tenda? Paulo Portas pensa que
ganhou porque tem mais pastas? Cavaco Silva pensa que ganhou por ter adiado as
eleições?
(…)
O que teriam feito o Presidente,
o povo e todos os partidos se António José Seguro desse alguma mostra de ter um
mínimo de competência, de consistência, de capacidade de liderança, em vez de
ser o adolescente inseguro que é?
Que sentido tem a troika continuar a exigir a
continuação da austeridade quando o FMI já admitiu reiteradamente que se
enganou na receita e que as políticas que eles pensavam que seriam
expansionistas são, afinal, fortemente recessivas? Que sentido tem o Governo
português continuar a querer seguir a receita que a troika admitiu estar errada?
Quando é que o PS, o PSD, o
CDS-PP, o Governo e Cavaco Silva reconhecem aquilo que todos os economistas
sabem e admitem: que esta dívida não pode ser paga, que tem de ser renegociada,
parcialmente perdoada, os seus juros reduzidos e os prazos de pagamento
redefinidos de acordo com a evolução da economia?
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