É cada vez mais aflitiva a
unanimidade de opiniões que encontramos na comunicação social, em especial na
televisiva. Tanto em noticiários como em programas ditos de diversão – nestes ainda é mais grave – aparecem invariavelmente
os mesmos figurões a debitar opiniões, sem qualquer contraditório, como se
fossem os donos da verdade e os cidadãos não necessitassem de qualquer outro
esclarecimento. Para que fique claro, estes opinadores são, invariavelmente, da
cor do regime e o que dizem fica como verdade absoluta sem o ser. Cada vez vão
rareando mais os verdadeiros debates e, é quase agulha em palheiro o aparecimento
de comentários anti-regime sem contraditório. Estamos quase a viver em fascismo
informativo. Onde ainda encontramos alguma abertura para opiniões contrárias ao
sistema é na imprensa escrita mas isso tem uma explicação óbvia: cada vez menos
gente lê jornais (talvez excepção feita aos desportivos). Os mais velhos
encontrarão aqui, provavelmente, algum paralelismo com o que acontecia no tempo
da ditadura – na imprensa escrita o torniquete da censura era um pouco menos
apertado do que na rádio e na televisão. O curioso, no meio de tudo isto, é que
pouca gente aborda esta gravíssima situação que coloca num gueto os
contestatários do sistema como se as suas opiniões e propostas não tivessem
qualquer correspondência com a realidade quando o que se verifica é exactamente
o contrário. Desde há pelo menos dois anos que gente de esquerda (o PS, aqui, quase
não conta) se vem pronunciando contra as gravíssimas medidas de austeridade implementadas,
prevendo quase todas as desgraças que vêm acontecendo ao país, fruto da
política “custe o que custar”, tão do agrado do Governo Passos/Portas. Para quem
não se contenta com a informação/propaganda governamental que nos entra todos
os dias em nossas casas, sem convite, deve aproveitar todas as oportunidades de
diversificação de opiniões.
quinta-feira, 25 de julho de 2013
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