Desde
que existe, o Bloco de Esquerda (BE) tem sido um feroz adversário do poder
financeiro, da corrupção, da existência de paraísos fiscais, dos privilégios de
ricos e poderosos, dos regimes ditatoriais e, de um modo geral, do capitalismo
neoliberal que alimenta todas estas situações e beneficia delas. Não é, pois,
de admirar que a frente merkeliana que governa a Europa se oponha com toda a
tenacidade a um qualquer governo que se forme em Portugal, que tenha o apoio do
BE. E isso acaba por se tornar elogioso para os bloquistas porque significa o
reconhecimento da razão que nos sustenta.
É,
pois, a acção do BE a vários níveis que constitui o tema da crónica desta
semana que o nosso camarada e candidato por Coimbra às eleições legislativas,
Rui Curado da Silva assina hoje no Diário
as beiras.
Os
mercados não gostam de governos com ou apoiados pelo Bloco. Compreende-se. Na
verdade, o Bloco foi a organização que mais se bateu nos últimos anos contra o
poder dos mercados financeiros, contra os devaneios da banca e contra a
corrupção. O Bloco apresentou legislação contra os privilégios dos eleitos, em
particular pelo regime de exclusividade dos deputados para impedir a promiscuidade
entre escritórios de advogados de grupos financeiros e a Assembleia da
República.
No
Parlamento Europeu, Miguel Portas, e, depois Marisa Matias, bateram-se para
aprovar legislação para erradicar os paraísos fiscais. O Bloco tem apoiado
inequivocamente todos os indivíduos e as organizações que se batem por um
estado de direito em Angola e na China, sem concessões a oligarquias familiares
e militares e às suas negociatas que são um mero instrumento para comprar e
calar. Este descomprometimento das negociaras e do poder financeiro surpreendeu
os mais poderosos do país.
Muitos eleitos do Bloco são
vítimas de várias formas de ostracização dos grandes grupos financeiros. A
alguns foram recusados vistos de entrada nas ditaduras referidas e também a
nível local muitos de nós passámos a ser persona non grata nalgumas
instituições que criticámos ou denunciámos justamente. Não dependemos deles,
vivemos a nossa vida sem eles e eles não gostam desse comprometimento.
Paciência.
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