quinta-feira, 22 de outubro de 2015

A DOUTRINA NEOLIBERAL NÃO GOSTA DO BLOCO… E AINDA BEM


Desde que existe, o Bloco de Esquerda (BE) tem sido um feroz adversário do poder financeiro, da corrupção, da existência de paraísos fiscais, dos privilégios de ricos e poderosos, dos regimes ditatoriais e, de um modo geral, do capitalismo neoliberal que alimenta todas estas situações e beneficia delas. Não é, pois, de admirar que a frente merkeliana que governa a Europa se oponha com toda a tenacidade a um qualquer governo que se forme em Portugal, que tenha o apoio do BE. E isso acaba por se tornar elogioso para os bloquistas porque significa o reconhecimento da razão que nos sustenta.
É, pois, a acção do BE a vários níveis que constitui o tema da crónica desta semana que o nosso camarada e candidato por Coimbra às eleições legislativas, Rui Curado da Silva assina hoje no Diário as beiras.
Os mercados não gostam de governos com ou apoiados pelo Bloco. Compreende-se. Na verdade, o Bloco foi a organização que mais se bateu nos últimos anos contra o poder dos mercados financeiros, contra os devaneios da banca e contra a corrupção. O Bloco apresentou legislação contra os privilégios dos eleitos, em particular pelo regime de exclusividade dos deputados para impedir a promiscuidade entre escritórios de advogados de grupos financeiros e a Assembleia da República.
No Parlamento Europeu, Miguel Portas, e, depois Marisa Matias, bateram-se para aprovar legislação para erradicar os paraísos fiscais. O Bloco tem apoiado inequivocamente todos os indivíduos e as organizações que se batem por um estado de direito em Angola e na China, sem concessões a oligarquias familiares e militares e às suas negociatas que são um mero instrumento para comprar e calar. Este descomprometimento das negociaras e do poder financeiro surpreendeu os mais poderosos do país.
Muitos eleitos do Bloco são vítimas de várias formas de ostracização dos grandes grupos financeiros. A alguns foram recusados vistos de entrada nas ditaduras referidas e também a nível local muitos de nós passámos a ser persona non grata nalgumas instituições que criticámos ou denunciámos justamente. Não dependemos deles, vivemos a nossa vida sem eles e eles não gostam desse comprometimento. Paciência.

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