quinta-feira, 15 de outubro de 2015

DECLARAÇÕES DE VOTO DO VEREADOR DO BE NA SESSÃO DE CÂMARA DE 7 DE JULHO DE 2015



Câmara Municipal de Portimão – reunião de 7 de Julho de 2015
Proposta de Deliberação nº 428/15
Assunto: Minuta de contrato-programa a celebrar entre o Município de Portimão e a Delegação de Portimão da Cruz Vermelha Portuguesa, referente ao investimento e desenvolvimento no âmbito da Proteção Civil Municipal 2015
São de fundamental importância os serviços de proteção civil e a Cruz Vermelha Portuguesa desenvolve atividades nesse âmbito de valor e interesse indiscutíveis, em prol das comunidades. Naturalmente a Delegação de Portimão da Cruz Vermelha desenvolve igualmente atividades relevantes em relação à proteção civil, necessitando de recursos financeiros para prosseguir com êxito o seu objeto.
No entanto, o financiamento a que o contrato faz referência provém da Taxa Municipal de Proteção Civil, um imposto ilegal cobrado pela Câmara aos Portimonenses e que tem sido objeto de muita polémica e contestação no concelho. O Bloco considera que a proteção civil deverá ser financiada com verbas do Orçamento do Estado e do Orçamento Municipal, por isso se tem oposto com veemência a esta taxa/imposto.
Assim, fiel à sua coerência, o Bloco de Esquerda abstém-se nesta proposta de deliberação.

Proposta de Deliberação nº 425/15
Assunto: Proposta de candidatura ao abrigo do Contrato de Emprego e Inserção (CEI) para colocação de colaboradores na área da limpeza nas instalações desportivas municipais
Com esta proposta a Câmara irá proceder à colocação de 9 colaboradores nas Instalações Desportivas Municipais, no âmbito dos contratos CEI. Os Contratos de Emprego e Inserção criados pelo governo Sócrates em 2009 e aplicados em força pelo atual governo PSD/CDS, não passam de manobras governamentais para tentar diminuir o desemprego de forma artificial – quase 100 mil a nível nacional - e utilizar os trabalhadores praticamente como mão de obra escrava e sem quaisquer direitos laborais. Além destes trabalhadores ocuparem necessidades de emprego permanente, vão os mesmos para a rua percorrido menos de um ano e auferem ao fim de um mês de trabalho uma miséria de 83,84€ mais o subsídio de refeição de 4,27€, para além do subsídio de desemprego (mas o subsídio é um direito e descontaram para usufruir do mesmo).
A Câmara Municipal deverá terminar com este tipo de abuso de contratações e procurar outras soluções mais dignas para quem trabalha. No caso de se tratar de serviços imprescindíveis devem ser abertos concursos públicos para a admissão de trabalhadores. Se o governo não autorizar estes concursos deve a Câmara, no âmbito da Associação Nacional de Municípios Portugueses, tomar uma posição forte denunciando o governo – caso contrário, todos serão coniventes com o recurso a mão de obra quase escrava.
Tendo em conta que o Bloco de Esquerda não poderá pactuar com este tipo de situações, vota contra esta proposta de deliberação.

Proposta de Deliberação nº 446/15
Assunto: Plano Municipal para a Integração do Imigrante 2015/2017
O Bloco de Esquerda congratula-se pelo facto desta Câmara Municipal apresentar e aprovar o Plano Municipal para a Integração do Imigrante, uma das lacunas que se fazia notar e cujos prejudicados têm sido as populações imigrantes a viverem no nosso concelho.
É de referir que já no ano de 2006 os representantes do Bloco de Esquerda apresentaram na Assembleia Municipal de Portimão uma moção para a criação de um Conselho de Imigrantes e Minorias Étnicas (que contribuisse para a sua legalização, trabalho com direitos, residência e agrupamento familiar, cultura e integração), a qual foi reprovada pela maioria PS. No entanto, mais vale tarde do que nunca.
A imigração é uma realidade inevitável que também afecta o nosso país. Logo, não podemos ficar indiferentes às suas consequências que, inevitavelmente, provocam profundas alterações na sociedade.              
Muitos imigrantes, além de serem vítimas da miséria e até da repressão que grassam nos seus países de origem, acabam por cair nas redes de tráfico de mão-de-obra ilegal, na ganância de empregadores sem escrúpulos e até são alvo de atos de xenofobia, racismo e legislação discriminatória nos países de destino. Inclusivamente, não sabem os direitos de que dispõem e muitas iniciativas para os esclarecer, da parte de diversos organismos, têm-se mostrado insuficientes.
Torna-se premente contribuir para a integração dos imigrantes no espaço de convívio, tolerância e universalismo que está presente na Constituição da República Portuguesa. Devemos contribuir para uma política de imigração justa e humana, que reconheça a igualdade de direitos à cidadã e ao cidadão imigrante e a diversidade cultural como fonte de enriquecimento do desenvolvimento civilizacional. A imigração, que ajuda a rejuvenescer a nossa sociedade, não constitui uma ameaça à identidade cultural desta, antes representa uma oportunidade para melhorar a nossa cultura.
Muitos imigrantes vêm para a nossa terra na esperança de encontrar uma forma de sustento para si e para as suas famílias, em melhores condições do que aquelas que dispõem nos seus países de origem. E como também contribuem para o desenvolvimento do nosso concelho, devem usufruir de condições de vida e de trabalho dignas, estáveis e legais.
Pelo acima exposto, O Bloco de Esquerda vota favoravelmente esta proposta de deliberação.

Proposta de Deliberação nº 449/15
Assunto: Projeto de Regulamento do parque de estacionamento subterrâneo do edifício Rocha Prime
O Bloco de Esquerda reconhece que qualquer parque de estacionamento subterrâneo deverá ser objeto de um regulamento, evitanto assim problemas acrescidos, tanto para os utilizadores como para a entidade proprietária do parque ou da sua concessão. No entanto, o parque de estacionamento subterrâneo do edifício Rocha Prime surge na mesma altura e no contexto do estacionamento tarifado da Praia da Rocha, com o qual o Bloco de Esquerda discorda profundamente, tendo votado contra. Este estacionamento tarifado, como na altura o Bloco sublinhou, prejudica comerciantes, trabalhadores e outros munícipes que trabalham, vivem, ou que visitam a Praia da Rocha. Não foram criadas quaisquer alternativas de estacionamento e agora assiste-se na localidade – uma estância balnear por excelência – a uma situação de confusão, multas constantes por parte dos fiscais da EMARP e fuga de clientes/turistas para outras paragens, o que é inaceitável. Ao querer obter verbas a todo o custo, a Câmara está a contribuir para aumentar a insatisfação e a crise no seio das populações.
Pelos motivos acima expostos, o Vereador do Bloco de Esquerda vota contra esta proposta de deliberação.

Proposta de Deliberação nº 445/15
Assunto: venda judicial do direito de superfície que incide sobre a fração autónoma designada pela letra A, do prédio urbano sito na Abicada ou Poço Seco – Portimão
Esta proposta tem a ver com uma execução fiscal por parte da autoridade tributária para pagamento de uma dívida de mais de 43 mil euros que incide sobre um munícipe – a que a Câmara é alheia. Não se conhecem todos os contornos da dívida, mas provavelmente a mesma terá a ver com as dificuldades financeiras do munícipe em causa, não podendo assim pagar a habitação. Inúmeros casos como este estão acontecer por todo o país, levando à execução fiscal e penhoras de habitação própria, ficando as pessoas sem a habitação – uma realidade crescente nos últimos anos fruto das políticas de desastre nacional praticadas pelo governo PSD/CDS e que têm conduzido ao aumento da pobreza, desemprego e exclusão social. As pessoas, além de ficarem sem trabalho, ficam também sem a casa, perdendo todos os valores pagos – uma injustiça flagrante e que não devia acontecer num Estado de direito.
Pelos factos acima mencionados, o Bloco de Esquerda abstém-se nesta proposta de deliberação.
O Vereador do Bloco de Esquerda
João Vasconcelos

Sem comentários:

Enviar um comentário