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Correio da Manhã (CM) publicou ontem uma curta entrevista Guadalupe Simões (GS)
do Sindicato dos Enfermeiros sobre os 6500 enfermeiros a trabalhar na União
Europeia (UE) em 2014.
CM – O relatório da OCDE diz que, em 2014,
6500 enfermeiros portugueses trabalhavam em países da UE. A que se deve esse
número?
GS – Melhores condições de trabalho. As restrições
nas admissões e a desvalorização do seu trabalho fá-los ir para fora. Em todos
os países da Europa, os enfermeiros portugueses são bem acolhidos, valorizados
e bem pagos.
CM – Qual a média de ordenados praticada
nesses países?
GS – Na Suíça, por exemplo, a média dos
ordenados é de 5 a 6 mil euros, no Reino Unido de 3 a 4 mil euros. Na Alemanha,
um enfermeiro que trabalhe num hospital público recebe um salário de cerca de 2200
euros. Já para não falar na Arábia Saudita, que aí a média é superior a 3 mil
euros.
CM – A saída para o Reino Unido é
recorrente. Qual a explicação?
GS – Além do fator língua, no Reino Unido o
governo cortou na formação dos enfermeiros. Decidiram não gastar mais dinheiro
nisso e passaram a absorver enfermeiros de Portugal, Espanha e outros países. O
mais importante nesses recrutamentos é o reconhecimento de que este e outros
países têm do trabalho dos enfermeiros portugueses.
Nestas poucas palavras ficamos a perceber
que: 1) os enfermeiros portugueses emigram porque, para além da falta de
trabalho no seu país, contam ainda com melhores condições laborais no
estrangeiro e ganham muito mais; 2) estamos a financiar a formação de técnicos superiores
que vão criar riqueza noutros países.
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