De
um excelente artigo com o título acima, que Alfredo Barroso assina na Revista E
do Expresso de hoje, respigámos as seguintes ideias fortes:
Um dos fenómenos mais
significativos que afetam as sociedades democráticas é, precisamente, a usurpação
do poder democrático legítimo pelo poder ilegítimo exercido por empresas
transnacionais, mercados financeiros, agências de notação, lóbis, grupos de
pressão e eurocratas.
(…)
Paradoxalmente, este poder
ilegítimo tem-se aproveitado da crise que ele próprio provocou para se impor e
consolidar.
(…)
A legitimidade é
indissociável da democracia, e as suas instituições e poderes representativos não
podem ser usurpados, designadamente por empresas cujo único objetivo é o lucro,
e pelos seus diversos agentes e representantes, que se arrogam o direito de
exercer poderes reservados aos eleitos.
(…)
Hoje, os cidadãos-eleitores são
soberanos por um só dia: o das eleições. Passado o momento do voto e a sedução das
promessas eleitorais, os cidadãos-eleitores constatam que o poder político se
vai afastando deles e que o interesse geral passa a vogar ao sabor dos
protestos e pressões corporativas, sobretudo da plutocracia, isto é, do poder
da riqueza e do dinheiro.
(…)
O divórcio dramático entre
momento eleitoral e momento governamental não para de acentuar-se.
(…)
A Europa é palco de uma
grande ofensiva contra o modelo social europeu, com o objetivo de derrogar tudo
o que foi conquistado pelos trabalhadores desde há 60 ou 70 anos
(…)
Os neoliberais odeiam o
Estado-providência porque, dizem eles, consiste em taxar os ricos e as grandes empresas
– ou seja, os que, segundo eles, pretensamente criaram toda a riqueza – para redistribuir
parte dela por pessoas que não a merecem.
(…)
Pobres, desempregados e
assalariados não são considerados parceiros na criação de valor – são parasitas.
Segundo o dogma neoliberal, só o capital, com exclusão do trabalho e da
natureza, é criador de valor e, portanto, de postos de trabalho.
(…)
O fanatismo dos neoliberais é
tal que, apesar do falhanço assustador das suas políticas, insistem em aplicar
as suas teorias.
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