Este
curto comentário de Nicolau Santos, que recolhemos da última edição do Expresso
Economia, é mais um exemplo da forma como muitas promessas do Governo
Passos/Portas foram manipuladas ao longo destes últimos quatro anos. Se alguém
quiser dar-se ao trabalho de compilar, uma a uma, as informações trapaceiras
com que o Governo quis enganar os portugueses, para continuar no poder, talvez
venha um livro com centenas de páginas.
“O
que se passou com a anunciada devolução da sobretaxa de 3,5% sobre o IRS” é uma
pouca-vergonha que não tem tamanho. Isto só nos leva a pensar que os governantes
deste país tinham como dado adquirido a sua permanência no poder por todos os
séculos dos séculos, como se fosse uma emanação de Deus… A vontade do povo seria
uma coisa de somenos importância, que uma retórica bem urdida resolveria com
toda a facilidade.
Pois
bem, desta vez, o povo deu um pequeno murro na mesa para dizer que não estava
tão distraído como parecia e eis que bastou este abanãozinho para desnortear o
sistema.
Devido à situação política,
tem estado a passar entre os pingos da chuva o que se passou com a anunciada
devolução da sobretaxa de 3,5% sobre o IRS. Pois bem, no verão começámos a ter
notícias de que, a cada mês que passava, aumentava a percentagem da taxa que
seria devolvida aos contribuintes. Em Agosto já ia em 35% e passavam-se
mensagens de que seria possível devolver 50%. E eis que se chega às eleições, e
eis que a coligação ganha, e eis que poucos dias depois sabemos que afinal já só
é possível devolver pouco mais de 9%. Ou seja, em vez de 3,5%, podemos ficar a
pagar 3,2%. O pequeno problema de tudo isto é que desde Fevereiro, pelo menos,
que o Ministério das Finanças sabia destas flutuações de mês para mês. E por
isso nada disse, a não ser nos três meses antes das eleições, quando a receita
cresceu de forma sustentada. Agora veio o balde de gelo. A isto chama-se manipulação.
Enganar os cidadãos. Ou outros nomes feios. Avisem-nos para sairmos da sala
quando nos vierem dar lições de ética.
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