Os dois jornais diários que se publicam em Coimbra são, por assim dizer, em termos políticos, uma coutada do PS e da direita. O Bloco de Esquerda é tratado como se tivesse uma representação residual no distrito.
O exemplo surge sob a forma de uma entrevista de ¼ de página ao líder da bancada do BE, José Manuel Pureza (JMP), eleito pelo círculo de Coimbra.
Nesta entrevista, JMP mostra-se “perplexo” pela opção do Partido de Sócrates no sentido da “manutenção do mesmo rumo, apesar de fortemente penalizados nas urnas” aquando das últimas legislativas - que valeu a perda da maioria absoluta. Seria de esperar uma “inflexão” do primeiro-ministro já que, “depois destes quatro anos, a continuidade é criticável e incompreensível”.
Quanto às prioridades do Bloco de Esquerda, respondendo àqueles que criticam este partido por colocar na sua agenda temas fracturantes como o casamento de homossexuais, JMP enumerou os objectivos que considera mais relevantes neste início de legislatura:
- “Revisão dos métodos de cálculo dos subsídios de desemprego e das pensões”;
- “Encontrar mecanismos para acentuar a protecção social aos mais desfavorecidos”;
- “Terminar com injustiças grosseiras criadas pelo Governo anterior, como são os casos da avaliação dos professores e das taxas moderadoras para internamento e cirurgias”.
É de crer que só estes pontos irão fazer “correr muita tinta”.
Não se espere, no entanto, que o desenvolvimento destes objectivos nem os seus resultados venham alguma vez a ser apresentados nesta imprensa. Em Portimão sabemos como é…
Sem comentários:
Enviar um comentário