Intitulado "O Cinema Europeu nas Redes p2p - Os Utilizadores como Distribuidores", o estudo de Gustavo Cardoso, Rita Espanha, Pedro Jacobetty e Tiago Lima assinala que, "dado o significativo declínio dos canais de distribuição tradicionais para os filmes europeus, em salas de cinema e em vendas directas, novos canais de distribuição parecem emergir entre as pessoas que gostam e consomem este tipo de cinema".
Apesar de ter sido declarada inimigo nº 1 da poderosa indústria cinematográfica norte-americana, o estudo do OberCom defende que a partilha de ficheiros acaba por trazer vantagens ao cinema que se faz fora dos mercados que dominam também a distribuição e que "não conseguem ganhar protagonismo na conjuntura cinematográfica actual, focada na distribuição de produtos rentáveis e massificados".
Para os autores do estudo, a criminalização dos downloads é uma atitude contraditória. "A pessoa criminalizada pelo download ilegal de um determinado produto é, simultaneamente, o cliente potencial da empresa que vende esse mesmo produto", disse Gustavo Cardoso à agência Lusa.
Embora acredite que faça cada vez menos sentido a via repressiva, Gustavo Cardoso acha que a mudança de atitude ainda vai demorar uns anos. "Só haverá mudança quando o novo fenómeno se tornar superior ao modelo de distribuição anterior" e "só se reajustam modelos de negócio quando o dinheiro que se está a perder é superior ao que se está a ganhar", defendeu co-autor do estudo.
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