Se numa revista com uma orientação claramente de direita, a “Sábado”, se pode ler o seguinte excerto em editorial, não restam dúvidas de que a União Europeia tem horror à democracia, não vá o povo estragar a Europa dos governos:
“Quando quer escolher as pessoas que vão ocupar os principais cargos na sua estrutura dirigente, a União Europeia não usa uma caneta e um boletim de voto (Deus nos livre de meter a democracia em matérias tão importantes) – usa uma régua e um esquadro. O novo presidente do Conselho Europeu é um homem; a nova alta representante para os Negócios Estrangeiros é uma mulher. Ele é de direita; ela é de esquerda. Ele é de um país euro-entusiasta, a Bélgica; ela é de um país eurocéptico, o Reino Unido. Ele é de um país pequeno; ela é de um país grande. Ele é um plebeu; ela pertence à Câmara dos Lordes.
Esta tentativa desesperada de arranjar um meridiano perfeito de todas as sensibilidades evita o confronto e promove a incompetência. Van Rumpuy e Catherine Ashton são irrelevâncias políticas e isso deixa toda a gente contente: os países mais fortes, porque podem fazer de conta que cedem algum poder quando continuam a mandar; os belgas, porque podem fazer de conta que valem alguma coisa; os ingleses, porque podem fazer de conta que se importam coma Europa; e Portugal porque pode fazer de conta que Durão Barroso, sem concorrentes na burocracia da EU, é um grande estadista europeu.”
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