O Bloco pediu esta sexta-feira “decisões e esclarecimentos” rápidos sobre o processo Face Oculta porque “não é sustentável manter o actual clima de suspeição” e reiterou que José Sócrates tinha conhecimento das negociações entre a PT e a TVI. Ana Drago defendeu que "as tomadas de decisões têm de ser rápidas e portanto não se pode prolongar esta sensação de suspeição e de confusão que se vive no campo da Justiça”.
“O Bloco de Esquerda entende que não é sustentável manter este clima de confusão que se vive hoje na área da Justiça e que a responsabilidade que todos temos, nomeadamente os órgãos judiciais, é que rapidamente haja decisões e esclarecimentos, porque os portugueses estão todos cansados deste arrastar de incertezas e suspeições”, declarou a deputada Ana Drago, em declarações aos jornalistas no Parlamento. “Essas tomadas de decisões têm de ser rápidas, portanto não se pode prolongar esta sensação de suspeição e de confusão que se vive no campo da Justiça”, defendeu. Num segundo aspecto de ordem mais política, acrescentou a deputada do Bloco, hoje “o país sabe que havia esse conhecimento” de José Sócrates sobre as negociações entre a PT e a TVI. “A utilização hoje da palavra oficial em contraponto ao oficioso creio que em nada vem trazer mais esclarecimentos a esta questão. José Sócrates sabia e, portanto, hoje também o país sabe, que havia esse conhecimento por parte do primeiro-ministro”, sustentou. Questionada se entende que o primeiro-ministro “mentiu” na Assembleia da República, Ana Drago insistiu que já na altura não existiam dúvidas. “O primeiro-ministro tentou utilizar esta diferenciação entre oficial e oficioso. Creio que para nenhum português na altura sobrou qualquer dúvida que o primeiro-ministro tinha conhecimento deste tipo de interesse por parte da PT”, insistiu, ressalvando, contudo, que neste momento essa “não é a questão mais importante”. Interrogada se este caso poderá motivar a abertura de um inquérito parlamentar, a deputada do Bloco voltou a falar na necessidade de “pacificação no campo da Justiça”, mas reconheceu que o Parlamento mantém toda a sua legitimidade e todos os seus poderes. “Se for entendido que vale a pena e que permite o esclarecimento democrático do que tem acontecido eu creio que a Assembleia poderá tomar essa iniciativa”, admitiu, sublinhando, contudo, que ainda é “demasiado cedo” para o Bloco se pronunciar sobre essa matéria. Segundo informações confirmadas pelo Procurador-Geral da República, o primeiro-ministro, José Sócrates, apareceu nas escutas a Armando Vara no âmbito do processo Face Oculta, sobre alegados casos de corrupção e outros crimes económicos relacionados com empresas do sector empresarial do Estado e empresas privadas |
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