O coordenador do Bloco de Esquerda esteve esta noite em Braga num dos comícios mais concorridos da campanha com um discurso apontado a José Sócrates, um apelo especial ao voto dos jovens e abstencionistas e com o desejo de "virar o país".
O líder do PS, disse Louçã, "quer ter votos através do silêncio e da ocultação", não explicando onde vai buscar o valor que vai ser perdido com a redução da Taxa Social Única inscrita no memorando da troika, "revelada apenas dois dias antes do fim da campanha e quatro antes das eleições".
Esta redução da contribuição patronal, explicou Louçã, constitui uma "dupla perda" para o trabalhador, com o valor das pensões não assegurado pela empresa por um lado e com aumento de impostos por outro. Os responsáveis, aponta o líder bloquista, são Sócrates, Passos e Portas, "troika-tintas", "uns que são troika e outros que são troika troika".
O apelo mais forte seguiu para os jovens e abstencionistas: "se decides tudo na tua vida, como podes deixar que os outros escolham o mais importante para o país?", sustentou Louçã.
Antes discursaram Miguel Portas e o deputado e cabeça-de-lista por Braga, Pedro Soares.
O eurodeputado também se atirou ao líder do PS, já que "nenhum deles merece o vosso voto, muito menos José Sócrates", que levou o caminho até onde está actualmente.
"Em 2011 vamos ter menos 2 por cento do PIB, em 2012 menos outros dois, em 2013, se tudo correr bem, e não vai correr, vai andar rés-vés", afirmou Miguel Portas, pedindo a renegociação da dívida "já". Isto porque, de acordo com o acordo da troika, Portugal vai ser fiscalizado de três em três meses por "um rapaz de olhos claros, óculos escuros e pasta preta". "O soberano não é o povo mas sim um eurocrata sem rosto", lamentou.
Pedro Soares, muito aplaudido, criticou as inaugurações em tempo de campanha, afirmando mesmo que "todo o ministro do PS tem um bocadinho de Alberto João dentro de si" e dando como exemplo António Serrano, ministro da Agricultura e número um do PS por Santarém, que na capital ribatejana vai inaugurar a Feira Nacional da Agricultura no Sábado, período de reflexão.
Por isso mesmo, "o BE vai propôr um projecto-lei que proíba inaugurações logo que sejam convocadas eleições", disse o deputado.
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