segunda-feira, 6 de junho de 2011

Resultados Eleitorais 2011


Reflexão :

Um dia negro para o Bloco de Esquerda, que não conseguiu capitalizar nada com a derrota do PS e com o combate ao programa da troika. O risco de extinção é imenso

Francisco Louçã assumiu a derrota fortíssima do seu partido, que perdeu metade dos deputados e quase metade dos votos. Como é que foi possível o Bloco de Esquerda não ter capitalizado um avo da derrota dos socialistas? Isto vai ser matéria obrigatória para reuniões intensas nos próximos tempos. Desde as presidenciais que as esperanças do Bloco de Esquerda na “esquerda grande” estavam a falhar.
O sucesso do Bloco de Esquerda residiu, durante muitos anos, no factor “novidade” – e ao fim de 13 anos todas as novidades deixam de o ser. Além desse factor em si ser da máxima relevância, o Bloco assentou boa parte da sua conquista de território eleitoral em causas como o aborto, a despenalização da droga e o casamento entre homossexuais. Com o andar da carruagem, esses assuntos saíram da agenda – foram legalizados, resolvidos, consumaram-se.
Sobrou a “esquerda” – mas a última experiência de associação à esquerda correu mal. O Bloco perdeu voz nas presidenciais, quase até à afonia. Capturado pelo discurso ambíguo de Manuel Alegre (ora com o governo PS, ora menos com o governo PS), o Bloco não encontrou o seu sítio.
Ou há uma revolução interna no Bloco de Esquerda – e não se está a ver bem como, neste momento, embora nestas páginas, o sociólogo Boaventura Sousa Santos dê algumas sugestões – ou o BE corre o risco de ficar acantonado na soma do PSR mais Política XXI mais UDP. Ou seja, condenado à extinção num prazo muito breve.

A minha opinião:

O BE tem mais dificuldades, porque o seu eleitorado não se revê nas suas posições económicas. Essa capacidade do seu eleitorado de ignorar o que o BE diz sobre a economia tem-se tornado mais difícil, especialmente desde que o partido entrou em "competição directa" com o PCP. Quanto mais o Bloco se assemelha ao Die Link (pós-comunistas alemães), menos se assemelha aos Verdes. E o Bloco de Esquerda ganha mais eleitores quanto menos definido ideologicamente e mais parecido com os Verdes for. A sua aproximação ao PCP retira-lhe capacidade de atracção do eleitorado que tem alimentado o seu crescimento.


ANA DRAGO:

Ana Drago uma das mais disputadas pelos jornalistas. A novamente eleita deputada por Lisboa referiu que o partido foi derrotado e "vai fazer a reflexão colectivamente", já que "a culpa não deve ser personalizada". Sobre o líder, Ana Drago reconheceu que "não é aceitável e a culpa não deve cair sobre uma só pessoa".


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