Portugal tem um “relacionamento de mão estendida” com a União Europeia (UE), quando o que precisa é de “investimentos reprodutivos”, critica o economista Jorge Landeiro de Vaz.
Este professor do Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG) afirma, em declarações à Agência Lusa, que “o relacionamento de Portugal com a UE é de mão estendida”, quando eram necessários “investimentos reprodutivos”.
Como exemplifica: “Nós importamos centeio da Alemanha. Inacreditável! Fechamos as fábricas de açúcar de beterraba de sacarina e somos subsidiados pela UE para fechar essas fábricas”.
Landeiro de Vaz acentua que, apesar de este ser “um modelo sem futuro”, não há “ninguém a falar sequer das alterações do modelo ou do relacionamento de Portugal com a UE”.
Referindo-se ao resgate da ‘troica’ (Fundo Monetário Internacional, Banco Central Europeu e Comissão Europeia), alerta ainda que “é obvio que – num programa de médio prazo como este que apenas prevê baixar rendimentos e preços – daqui a muitos poucos anos” Portugal vai estar “novamente a bater à porta [da Europa]“.
Landeiro de Vaz acredita mesmo que, “daqui a um ano”, Portugal vai “estar na situação da Grécia e isto conduz a uma reestruturação da dívida, a um rescalonamento e a uma situação de eventual saída do próprio euro”. Para o economista, “não há nenhuma inevitabilidade no caminho das coisas”. Mas mostra-se “pessimista” por não detectar
mudanças neste sentido no discurso político.
O economista lança hoje, no ISEG, o livro ‘A Insustentável Leveza do Euro’, uma compilação de artigos de opinião que escreveu entre 30 de Outubro de 1998 e 7 de Abril de 2011, dia em que Portugal formalizou o pedido de resgate da dívida à Europa.
http://economico.sapo.pt/noticias/portugal-esta-de-mao-estendida-para-a-ue_119590.html
Sem comentários:
Enviar um comentário