sexta-feira, 3 de junho de 2011

Reestruturação: economistas dariam «maioria absoluta» ao BE


O coordenador do Bloco de Esquerda (BE), Francisco Louçã, fez questão, esta quinta-feira, em Barcelos, responder ao primeiro-ministro. José Sócrates disse, na quarta-feira, em Santa Maria da Feira, que «renegociar a dívida pública significa não a pagar». Pois Louçã vem agora dizer-lhe que defende a renegociação da dívida precisamente «contra o calote, contra a injustiça, conta o abuso sobre a Economia».


«Nós queremos a renegociação da dívida para proteger as pessoas», concluiu, em declarações aos jornalistas, no final de uma arruada no centro de Barcelos.

Nos últimos dias, várias figuras têm dado razão ao Bloco e, ainda esta quarta-feira, António Nogueira Leite, do PSD, admitiu a hipótese de Portugal ter de reestruturar a dívida pública. Reagindo a essas notícias, Francisco Louçã usou de ironia: «Se contássemos as opiniões de todos os economistas que defendem a renegociação da dívida, já tínhamos maioria absoluta».

Francisco Louçã recordou que, «ainda ontem Portugal fez uma operação nos mercados internacionais com os maiores juros de sempre, nos empréstimos a três meses».

Juntaram-se os dois à esquina, mas um virou à direita

O Bloco de Esquerda fez, esta quinta-feira, uma arruada em Barcelos. Francisco Louçã e o cabeça-de-lista pelo distrito de Braça, Pedro Soares, percorreram as ruas do centro histórico da cidade, animados pela banda de instrumentos de sopro que já acompanhou a comitiva, na quarta-feira.

Cerca de 30 bandeiras no ar, com as cores do Bloco, mas poucos slogans gritados pela comitiva. Ainda assim, aqui e ali, lá se ouviam os do costume: «FMI, fora daqui!» ou o já tradicional «Sócrates e Passos vão ver se chove, não queremos voltar ao século XIX». Mas, esta quinta-feira, a pequena comitiva também usou de alguma originalidade: «Deixa passar! Deixa passar! Eu sou do Bloco e o mundo vou mudar!».

A meio da rua, num dos cruzamentos das ruas pedonais de Barcelos, a comitiva do Bloco cruzou-se com uma comitiva local do CDS-PP. Os bombos do CDS rivalizavam com os sopros dos músicos do BE. A comitiva bloquista fez um compasso de espera e deixou os adversários virarem à direita, para a rua de baixo.

Depois, seguiram em frente, com mais abraços e mais beijinhos e mais panfletos entregues em mão. Alguns populares abordam Louçã com queixas particulares e o coordenador do BE, confiante na reeleição do candidato por Braga, chega a aconselhar a escrita de uma carta para o Parlamento, endereçada a Pedro Soares.

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