Já aqui apelidámos as chamadas agências de notação de braço armado do capital financeiro. Cada vez mais, esta designação tem toda a razão de ser porque assumem uma postura quase terrorista na defesa dos interesses mais sórdidos da especulação financeira, sem olhar a meios. Nem sequer põem a hipótese de a sua galinha dos ovos de ouro acabar, por via das acções extremistas que estão a levar a cabo. E o à vontade com que influenciam – no pior sentido – a vida de milhões de milhões de pessoas no mundo inteiro induziu já uma das ditas agências a admitir motivações políticas nas oscilações das notações que publicam. Só os mais ingénuos ou fanáticos do “mercado” ainda poderiam acreditar que o rating reflecte “as decisões que os investidores já tomaram”.
Depois de revelarem as suas verdadeiras intenções não se entende como é possível que Standard & Poor’s, Goldman Sachs e outras continuem a ter autorização para dar notações a países e às suas dívidas soberanas. Alguém está certamente a ganhar muito com a manutenção da situação actual!
O texto seguinte foi transcrito do suplemento “Economia” do “Expresso” de ontem (10/12) e vem ao encontro da nossa opinião:
A S&P’s PODE FAZER TUDO O QUE QUER?
"Se alguém tinha dúvidas sobre o papel que as agências de notação têm desempenhado na crise do euro, devem ter ficado desfeitas depois da desfaçatez com que a Standard & Poor’s assumiu que foram motivações políticas que a levaram na segunda-feira a ameaçar baixar o rating de 15 dos 17 países da zona euro. Para os amantes do mercado, que insistem na história da carochinha de que as agências de notação só reflectem as decisões que os investidores já tomaram, deve ser mito difícil explicar que a S&P’s tenha assumido publicamente que a ameaça visava precisamente influenciar os resultados da cimeira. A pressão foi mesmo mais longe, porque a agência indicou que vai ser muito rápida no julgamento dos resultados do conselho europeu. E as perguntas óbvias são. 1) pode uma agência entrar no jogo político? 2) pode fazê-lo impunemente? 3) devem as agências continuar a ser autorizadas a dar notações a países e às sua dívidas soberanas? A resposta a estas três questões é um retundíssimo não – e esta deveria se ruma das conclusões da cimeira europeia." (Nicolau Santos)
Luís Moleiro
Depois de revelarem as suas verdadeiras intenções não se entende como é possível que Standard & Poor’s, Goldman Sachs e outras continuem a ter autorização para dar notações a países e às suas dívidas soberanas. Alguém está certamente a ganhar muito com a manutenção da situação actual!
O texto seguinte foi transcrito do suplemento “Economia” do “Expresso” de ontem (10/12) e vem ao encontro da nossa opinião:
A S&P’s PODE FAZER TUDO O QUE QUER?
"Se alguém tinha dúvidas sobre o papel que as agências de notação têm desempenhado na crise do euro, devem ter ficado desfeitas depois da desfaçatez com que a Standard & Poor’s assumiu que foram motivações políticas que a levaram na segunda-feira a ameaçar baixar o rating de 15 dos 17 países da zona euro. Para os amantes do mercado, que insistem na história da carochinha de que as agências de notação só reflectem as decisões que os investidores já tomaram, deve ser mito difícil explicar que a S&P’s tenha assumido publicamente que a ameaça visava precisamente influenciar os resultados da cimeira. A pressão foi mesmo mais longe, porque a agência indicou que vai ser muito rápida no julgamento dos resultados do conselho europeu. E as perguntas óbvias são. 1) pode uma agência entrar no jogo político? 2) pode fazê-lo impunemente? 3) devem as agências continuar a ser autorizadas a dar notações a países e às sua dívidas soberanas? A resposta a estas três questões é um retundíssimo não – e esta deveria se ruma das conclusões da cimeira europeia." (Nicolau Santos)
Luís Moleiro
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