segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

HOMENAGEM A PROFESSORES SANEADOS

Tal como já tinha sucedido em 29 de Novembro passado, na reitoria da Universidade de Lisboa e a 30 do mesmo mês nas reitorias da Universidade do Porto e da Universidade Técnica de Lisboa decorreu a 19 deste mês em Coimbra a continuação da homenagem nacional aos professores e investigadores demitidos entre 1934 e 1974 de quatro instituições universitárias, em especial, por razões de ordem política mas também por motivos relacionados com a religião ou, simplesmente, por criticarem a universidade.
Aliás, a homenagem culminou com o descerramento de uma placa onde constam os nomes de 42 académicos saneados pelos governos de Salazar e Marcelo Caetano.
Na cerimónia que decorreu no átrio do Museu Académico (onde foi descerrada a placa), interveio, em nome da comissão organizadora, o historiador Fernando Rosas que lembrou “a perseguição política desses elementos por parte de um regime que considerava a liberdade de opinião e de expressão e, portanto, a liberdade científica, como incompatíveis com a segurança do Estado, acarretaria nefastas e duradouras consequências para o desenvolvimento científico em Portugal”.
Muitos dos investigadores e docentes perseguidos pelas suas convicções políticas viram-se forçados ao exílio em vários países da Europa e da América Latina ou nos EUA onde livremente puderam exercer o seu “menu científico”. Aí, acrescentou Fernando Rosas, “semearam a marca indelével do seu saber, deixando aos países que os acolheram aquilo que foram impedidos de deixar ao seu”.
Na sessão também interveio o reitor da Universidade de Coimbra que referiu que “é olhando para a história que temos de construir o caminho de que precisamos”.
Finalmente há que salientar a importância deste tipo de homenagens num tempo em que se sabe que a juventude conhece muito mal a história recente de Portugal e num período de crise como aquele que agora atravessamos, muito propício ao surgimento de ideias saudosistas. Não podemos cometer erros que proporcionem o despontar de pretensos salvadores da pátria.

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