Este Governo tem contribuído para tornar um país deprimido num país ainda mais deprimido. Primeiro pela boca de um obscuro Secretário de Estado, agora acompanhado pelo Primeiro-Ministro, ficámos a saber que no Governo existe a ideia de que em Portugal há portugueses a mais…
Desta vez, os aconselhados a fazer as malas e partir são os professores. Angola e o Brasil são os destinos mais apontados. A partir deste momento ficamos à espera de saber quais são os próximos contemplados com o convite à emigração. Médicos? Engenheiros? Economistas? Juristas?
Numa altura em que Portugal tem a geração mais qualificada de sempre, estão os nossos governantes a empurrar os jovens e menos jovens licenciados para o estrangeiro. Investimos na formação e agora exportamo-los. Talvez sejam os próprios portugueses as famosas “gorduras” de que Passos Coelho e Portas se querem desembaraçar rapidamente. E, se fossem eles a dar o exemplo? Cremos que seria um alívio para nós…
Manuel António Pina faz deste tema o texto que hoje assina no JN, condimentado com algum humor (quase negro).
Nós, as “gorduras”
“Primeiro foram os jovens desempregados a receber do secretário de Estado da Juventude guia de marcha para fora de Portugal; agora coube a vez aos professores, pela voz do próprio primeiro-ministro.
No caso dos professores, a coisa passa-se assim: o ministro Crato varre-os das escolas; depois, Passos Coelho aponta-lhes a porta de saída do país: emigrem, porque Angola e Brasil "têm uma grande necessidade (...) de mão-de-obra qualificada". Portugal (que é um dos países da Europa com mais baixos níveis de escolarização, segundo o Relatório do Desenvolvimento Humano de 2011, divulgado no mês passado pelo PNUD) não tem, como se sabe, necessidade de mão-de-obra qualificada.
E, como muito menos tem necessidade de mão-de-obra "desqualificada", ninguém se surpreenda se um dia destes vir o secretário de Estado do Emprego e o novo presidente do Instituto do Emprego e Formação (?) Profissional a mandar embora quem tiver como habilitações só o ensino básico; o ministro da Segurança Social a pôr na rua pensionistas e idosos (para que precisa Portugal de pensionistas e idosos, que apenas dão despesa?); o ministro da Saúde a dizer aos doentes que vão morrer longe, em países sem listas de espera e com taxas moderadoras em conta; o da Defesa a aconselhar os militares a desertar e ir para sítios onde haja guerras; e por aí adiante...
Percebe-se finalmente o que são as tais "gorduras do Estado": são os portugueses.”
Desta vez, os aconselhados a fazer as malas e partir são os professores. Angola e o Brasil são os destinos mais apontados. A partir deste momento ficamos à espera de saber quais são os próximos contemplados com o convite à emigração. Médicos? Engenheiros? Economistas? Juristas?
Numa altura em que Portugal tem a geração mais qualificada de sempre, estão os nossos governantes a empurrar os jovens e menos jovens licenciados para o estrangeiro. Investimos na formação e agora exportamo-los. Talvez sejam os próprios portugueses as famosas “gorduras” de que Passos Coelho e Portas se querem desembaraçar rapidamente. E, se fossem eles a dar o exemplo? Cremos que seria um alívio para nós…
Manuel António Pina faz deste tema o texto que hoje assina no JN, condimentado com algum humor (quase negro).
Nós, as “gorduras”
“Primeiro foram os jovens desempregados a receber do secretário de Estado da Juventude guia de marcha para fora de Portugal; agora coube a vez aos professores, pela voz do próprio primeiro-ministro.
No caso dos professores, a coisa passa-se assim: o ministro Crato varre-os das escolas; depois, Passos Coelho aponta-lhes a porta de saída do país: emigrem, porque Angola e Brasil "têm uma grande necessidade (...) de mão-de-obra qualificada". Portugal (que é um dos países da Europa com mais baixos níveis de escolarização, segundo o Relatório do Desenvolvimento Humano de 2011, divulgado no mês passado pelo PNUD) não tem, como se sabe, necessidade de mão-de-obra qualificada.
E, como muito menos tem necessidade de mão-de-obra "desqualificada", ninguém se surpreenda se um dia destes vir o secretário de Estado do Emprego e o novo presidente do Instituto do Emprego e Formação (?) Profissional a mandar embora quem tiver como habilitações só o ensino básico; o ministro da Segurança Social a pôr na rua pensionistas e idosos (para que precisa Portugal de pensionistas e idosos, que apenas dão despesa?); o ministro da Saúde a dizer aos doentes que vão morrer longe, em países sem listas de espera e com taxas moderadoras em conta; o da Defesa a aconselhar os militares a desertar e ir para sítios onde haja guerras; e por aí adiante...
Percebe-se finalmente o que são as tais "gorduras do Estado": são os portugueses.”
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