À
mulher de César não basta ser séria. É preciso que pareça.
Tem
todo o cabimento, esta máxima aplicada aos deputados eleitos pelo povo
português. E ninguém devia ficar chocado(a) que uma regra tão simples passasse
a lei. Quem não deve não teme. Mas há muita gente a temer, vá lá saber-se
porquê…
Numa altura em que a política e os
políticos são olhados de soslaio por grande parte da população, seria de
imaginar que cairia muito bem no Parlamento a proposta do Bloco de Esquerda no
sentido da exclusividade da função de deputado. Os argumentos a favor deste
regime são muito fortes e contribuiriam, além do mais, para tirar a razão
daqueles, muitos, que afirmam que “os” deputados estão envolvidos em esquemas
de corrupção e só querem “encher-se”. Curiosamente ou talvez não, os partidos
parlamentares que têm deputados a beneficiarem da actual lei que permite uma escandalosa promiscuidade de interesses públicos com privados, votaram contra,
vá lá saber-se porquê… O PS, que está sempre a clamar por transparência, juntou-se
à direita na rejeição de uma das melhores propostas de sempre do Bloco de
Esquerda no sentido da melhoria da imagem do Parlamento perante os portugueses.
De qualquer maneira, a proposta bloquista teve o indiscutível mérito de colocara nu as “razões do medo” da transformação em lei de uma ideia tão elementar
como a da exclusividade da função de deputado.
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