Em
Janeiro deste ano foi publicado um livro da autoria dos jornalistas José Manuel
Fernandes e Helena Matos intitulado “Este país não é para jovens”. Adriano Campos
da Associação de Combate à Precariedade assina hoje no i
um texto de resposta àquele livro.
Os
jornalistas Helena Matos (HM) e José Manuel Fernandes (JMF) lançaram, em
Janeiro deste ano, um manual simplificado do pensamento austeritário,
intitulado “Este país não é para jovens” (Esfera dos Livros). Nessa obra, a já
gasta narrativa da “guerra de gerações”, que procura mascarar a precarização geral
da sociedade, é apresentada pelos autores a partir de um ataque ao manifesto da
Associação de Combate à Precariedade – Precários Inflexíveis. Podemos encontrar
nessa crítica três lugares comuns do campo que, em Portugal e na Europa, tem
defendido a austeridade: o salário mínimo cria desemprego; a precariedade dos
mais novos é culpa dos mais velhos; a flexibilidade protege os trabalhadores.
HM
e JMF torturam as estatísticas oficiais (OCDE, Eurostat, INE) de forma a
encobrir o que os Precários Inflexíveis têm vindo a defender e constatar em
conjunto com amplos sectores da luta social em Portugal. Em primeiro lugar, que
o salário mínimo não é uma variável isolada de cada empresa, mas uma política
que afecta o consumo interno e, consequentemente, a retoma do crescimento do
país. Em segundo, que existem, oficialmente, 461 mil desempregados acima dos 35
anos, escalão etário de trabalhadores que engrossa cada vez mais o conjunto do
“precariado”. E, por fim, que em Portugal a rigidez do mercado de trabalho é um
mito que se pode constatar pelos níveis de desemprego (terceiro maior da União
Europeia).
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