Não é concebível que uma democracia representativa
permita que os eleitos possam acumular funções de representação do povo com
funções profissionais vinculadas a interesses económicos particulares.
(…)
Não é admissível que advogados que defendem
legitimamente os interesses dos seus clientes sejam, em simultâneo,
legisladores.
(…)
Como não é admissível que gestores de empresas
sejam ao mesmo tempo autores do Orçamento do Estado.
(…)
É em nome de uma democracia mais forte e mais
qualificada aos olhos de todos que a exclusividade dos deputados se impõe.
Nunca a
palavra "limpa" foi usada com tanta sujidade como neste processo de
mudança da presença da troika em Portugal.
(…)
"Os
mercados", se for necessário até colocam as suas agências a melhorar a
classificação do nosso país. Para todos eles o que é preciso é assegurar que os
portugueses se convencem de que não há alternativas e se submetem.
(…)
O
primeiro-ministro (PM) que tanto vociferou contra o aumento do salário mínimo
nacional (SMN), muda de agulha, oportunisticamente.
(…)
As políticas
que nos vêm sendo impostas têm amplos impactos e/ou significados
característicos de uma guerra.
(…)
Esta guerra
traiçoeira entrega a nossa soberania aos mercados, mata a liberdade e a
democracia.
Qual a autoridade de um Estado para exigir aos
cidadãos que cumpram a lei, se é ele que transforma a cobrança de impostos num
jogo de sorte e azar?
São José Almeida, Público (sem link)
Estes governantes foram criados em estufa e viveram
sempre uma vida que não os pôs em contacto com nada que não seja o controlo
político. Nunca tiveram problemas de estacionar o carro.
(…)
Está a ser semeado um discurso de divisão – os novos
contra os velhos, o privado contra o público, os pensionistas contra os
contribuintes da Segurança Social – que destrói os poucos laços que os portugueses
tinham conseguido criar entre si.
Pacheco Pereira, Expresso, 25 de Abril 40 anos (sem link)
Não se trata de ser moralista, mas os “mercados” não estão
a dizer que confiam que os portugueses e gregos vão pagar as suas dívidas, mas
que podem lucrar no processo. Basta ver o perfil dos investidores: de risco.
Pedro Santos Guerreiro, Expresso (sem link)
O Executivo, nas áreas sociais, não faz outra coisa que
não seja criar um universo de mercados, dependentes do orçamento.
Pedro Adão e Silva, Expresso (sem link)
Os salários são tão baixos que [um] aumento de 15
euros duplicaria o número de pessoas abrangidas pelo salário mínimo.
Daniel Oliveira, Expresso (sem link)
Concorde-se ou não com os militares [de Abril], a
polémica revelou à sociedade o desconforto que a direita sente em relação à
data, como também sente relativamente à Constituição.
Joana Amaral Dias, CM (sem link)
O
aumento do salário mínimo é mesmo uma urgência. Não é um aumento “simbólico” de
15 euros, como o aumento de 2 euros nas pensões mínimas de sobrevivência, mas
antes um que esteja em linha com as perdas que o governo impôs.
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